GO: Acampamento dos trabalhadores administrativos em greve é ‘Elefante na sala’ da prefeitura de Goiânia

A greve dos administrativos da rede municipal de educação de Goiânia completou 36 dias.
Acampamento expõem reivindicações dos trabalhadores da educação em Goias. Foto: Banco de Dados AND

GO: Acampamento dos trabalhadores administrativos em greve é ‘Elefante na sala’ da prefeitura de Goiânia

A greve dos administrativos da rede municipal de educação de Goiânia completou 36 dias.

A greve dos administrativos da rede municipal de educação de Goiânia completou 36 dias. Recentemente, a categoria desmoralizou o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) em sua festa milionária. Antes disso, os grevistas também frustraram a tentativa do PL300 de tornar os contratos temporários, precarizados, em contratos vitalícios. Agora, os trabalhadores da educação completaram 24 dias no Acampamento da greve, levantado em frente ao paço municipal de Goiânia. No momento em que a educação de Senador Canedo, município vizinho, também está em greve.

Os administrativos, sem apoio a não ser das próprias forças, levantaram o acampamento como forma de protesto permanente enquanto durar a greve. No local, servidores da prefeitura e a população em geral passam e vêem, todos os dias, as barracas e faixas com as reivindicações da categoria.

No Acampamento, foram realizadas atividades culturais, políticas, uma vigília religiosa ecumênica e até o aniversário de uma das trabalhadoras grevistas. Os acampados ampliaram a sua estrutura e obrigaram o monopólio de imprensa a dar visibilidade à luta. E as assembleias da categoria estão todas acontecendo no local.

Nesta segunda-feira, 6 de novembro, ocorreu mais uma Assembleia da categoria. Os trabalhadores rejeitaram a ideia de voltar ao trabalho sem nenhuma pauta atendida. O centro da discussão foi o plano de carreira, que é reivindicação não cumprida desde a greve de 2022.

O prefeito fez uma promessa de enviar o projeto de lei do Plano de Carreira em sessão extraordinária na Câmara de vereadores no dia 12 de dezembro. Em 10 de dezembro, segundo os trabalhadores, os vereadores entrarão em recesso. O que fez da promessa, que já não valia nada, um escárnio com a categoria.

O Sintego, sindicato oficial que foi obrigado pelos administrativos a representá-los nesta greve, tentou aprovar a suspensão do movimento mediante o envio do projeto de Plano de Carreira pela prefeitura para a Câmara Municipal. Nesta proposta, já vazia, o plano de carreira não teria definida a tabela de progressão de salários, o que também foi rejeitado prontamente pela assembleia.

Diante da recusa dos trabalhadores em pôr fim à greve sem nenhum direito garantido, o Sintego propôs nova assembleia para o dia seguinte e submeteu à votação. A maioria não concordou com a assembleia nesta terça-feira, dia 7, porém a direção oportunista ignorou os votos e terminou anunciando a nova Assembleia no dia 07/11. Apesar das manobras, a categoria se mostrou disposta a defender seus direitos e não aceitar humilhações, somente garantias.

O Comitê de Apoio ouviu a avaliação de um grupo de trabalhadoras, que afirmaram que não voltarão ao trabalho sem nenhum direito conquistado, pois querem voltar para as escolas vitoriosas. Elas opinaram que um dos motivos pelos quais as reivindicações ainda não foram atendidas é a disputa eleitoreira entre os partidos do prefeito (Republicanos) e da direção oportunista do Sintego (PT).

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