No dia 5 de janeiro, trabalhadores administrativos da educação se uniram com trabalhadores recém-aprovados em concurso, dentre eles também servidores administrativos, em um protesto na Câmara Municipal de Goiânia pelo cumprimento dos acordos da greve da categoria em 2023. Munidos de cartazes e faixas, proclamaram que com o “acordo quebrado, a greve continua!”, em um chamado à categoria e em aviso à prefeitura para que se cumpra o acordo que suspendeu a greve no fim do ano passado. Já no dia 9 de janeiro, os administrativos se juntaram a um protesto no Ministério Público de Goiás, chamado pelo Sindicato Municipal dos Servidores da Educação (Simsed) para registrar diversas denúncias referentes à situação na educação, e também levantaram a palavra de ordem de que “sem plano de carreira, a greve continua”.
Em 2023, os servidores administrativos lutaram durante o ano todo pelo seu plano de carreira. A categoria fez protestos, audiências públicas e assembleias, até que deflagraram uma greve em setembro. Foi a primeira vez que os servidores fizeram uma greve somente com exigências específicas dos administrativos da educação, dado o grau de exploração e desrespeito aos seus direitos. Mesmo sem terem conseguido mobilizar os professores em uma poderosa greve unificada, os trabalhadores administrativos interromperam as atividades durante 40 dias, com mobilizações diuturnas e um acampamento erguido em frente ao paço municipal.
Desde então, os trabalhadores lutam para fazer cumprir o acordo judicial mediante o qual a greve foi suspensa, em novembro. O acordo previa o envio e aprovação do plano de carreira em janeiro e o pagamento da data-base atrasada e do auxílio-locomoção de R$ 600 contando com o retroativo de novembro. A categoria aguardou e acompanhou as audiências, as sessões da câmara, o estudo de impacto econômico do seu plano de carreira e as reuniões a portas fechadas, no mês de dezembro. E viram, nesses trâmites burocráticos, a continuação do achincalhamento dos seus direitos.
O movimento independente dos Administrativos na Luta denunciou que o acordo não foi cumprido, inclusive a votação dos projetos de lei da data-base e do auxílio-locomoção foi sabotada pelo prefeito e pelos vereadores, sob protestos, para inviabilizar os seus pagamentos em dezembro, como fora prometido.
O movimento também denunciou a paralisia do Sintego, que manobrou assembleia em novembro e jogou para a suspensão da greve, mas diante do descumprimento do acordo não convocou nenhuma assembleia nem sequer fez uma declaração.
Após a suspensão da greve e o descumprimento dos acordos, um grupo de trabalhadores decidiu criar um comando de greve independente, com representantes eleitos para participarem das reuniões que ainda devem acontecer com a prefeitura. A primeira delas está marcada para este dia 15/01, segunda-feira, às 9h. A categoria fará uma manifestação nesta data em frente ao paço municipal e o seu movimento de mobilização afirma que sem os direitos conquistados, voltarão à greve. O AND seguirá acompanhando a mobilização.
