No dia 10 de agosto, em Trindade (GO), o advogado Wanderson Ferreira Rodrigues teve a casa invadida pela Polícia Militar e a sua filha foi agredida pelos policiais. Agora, Wanderson denuncia as práticas de execuções, agressões e forja de flagrantes em abordagens policiais. Após ampla repercussão, os policiais foram condenados por abuso de autoridade.
A família comemorava o dia dos pais, quando o pai de Wanderson saiu de casa para pegar o celular no carro e viu alguns jovens sendo abordados pela PM na esquina. Ao entrar, ele comentou com o filho que havia policiais em frente à casa. Neste momento, três policiais entraram na residência. O advogado se identificou e pediu à esposa para buscar a sua carteira da OAB. Mas os policiais acusaram o seu pai de ser traficante de drogas e arrastaram Wanderson e a sua esposa para fora de casa.
A filha de Wanderson, Nicole, de 16 anos, filmou a invasão e tentou proteger os pais. Os policiais a jogaram no chão, a chutaram na barriga e tentaram apagar o vídeo do seu celular. A violência foi testemunhada por vários familiares e vizinhos.
Após a agressão, foi Wanderson quem começou a filmar os policiais. Em um dos vídeos, ele afirma: “Estão acostumados a fazer flagrante forjado, né? Querem fazer aqui na minha casa. Aqui não vai fazer não. Vai respeitar, rapaz!”
O advogado foi até a central de flagrantes no mesmo dia. Já estava com os exames de corpo de delito em mãos, e tentou registrar o B.O. da invasão de domicílio e violência policial. Ao invés disso, ele foi vítima de nova arbitrariedade policial: foi preso por resistência e desacato e teve que pagar fiança de R$ 2.000,00 para ser liberado.
Em liberdade, Wanderson mobilizou advogados e amigos, deu entrevista em programas de rádio e televisão e foi prestar queixa na OAB de Goiânia. Nas redes sociais, ele publicou denúncias de outras práticas criminosas cometidas pela PM contra o povo em Goiás. No dia 13/08, os policiais que agrediram sua família foram condenados por abuso de autoridade.