Os servidores que trabalhavam na unidade de acolhimento Professor Niso Prego denunciaram que após o limite de 4 meses previstos para a interdição do abrigo pela Vara da infância e juventude, a instituição pública segue interditada e os repasses dos recursos são enviados para o funcionamento do abrigo da igreja evangélica Videira, onde estão as crianças antes acolhidas no Niso Prego. De acordo com o Ministério Público, o repasse estimado é de R$188 mil por mês para a instituição “filantrópica”.
O Abrigo Niso Prego foi interditado pela juíza Maria do Socorro de Sousa Afonso da Silva, sob a justificativa da necessidade da prefeitura (Rogério Cruz – SDD) fazer adequações na “estrutura física, administrativa e no quadro de funcionários e auxiliares”. O prazo para tais adequações era de 4 meses, no entanto, ex-servidores da instituição denunciam que apenas reformas no prédio estão sendo feitas, que a prefeitura diluiu as equipes de servidores, mandou procurarem as coordenações regionais para serem remanejados e não falou mais no assunto. A única servidora ainda lotada na unidade é a coordenadora do Niso, que deveria aguardar a reabertura do local.
Após a interdição, os profissionais levaram faixas, cartazes e intervieram em audiências públicas sobre a situação.
Os trabalhadores também afirmam que a estrutura física não era o principal problema da unidade e sim a falta de servidores. No dia da interdição, reportagens tendenciosas dos monopólios de comunicação mostraram poucas imagens do local, para forçar a impressão de abandono. Os servidores suspeitam que a unidade será terceirizada.
No início de junho, a prefeitura abriu a Assistência Social de Goiânia para “Organizações da Sociedade Civil” se credenciarem para fazer “parcerias” na área. As unidades de acolhimento do município estão sucateadas, a exemplo da Casa de Acolhida Cidadã 1, que recebe homens adultos em situação de rua, está há duas semanas com o funcionamento suspenso porque não há garantia de que haverá comida para todos. A casa tem capacidade para 60 pessoas, mas há apenas 30, que já se encontravam no local antes dessa interdição.