No dia 30 de julho a multinacional italiana Enel, empresa que comprou a antiga Celg-D (Centrais Elétricas de Goiás – Distribuição) cortou a energia do Ginásio Rio Vermelho, do Estádio Olímpico e do Autodromo em Goiânia, pontos importantíssimos para o esporte e a cultura goiana. A empresa alega que o estado não pagou as faturas.
A Agência de Transportes e Obras (Agetop) afirmou que os pagamentos estavam em dia de acordo com os parâmetros pré-estabelecidos em contrato. A Secretaria da Fazenda de Goiás nem mesmo tomou conhecimento dos cortes. A situação só não está pior porque geradores de energia a diesel estão sendo usados para que se dê continuidade aos eventos programados nestes lugares.
A Enel também irá emplacar um aumento por volta de 15 % na tarifa de energia da população e um aumento de 25% para as indústrias, algo considerado absurdo e extremamente oneroso pela maioria absoluta do povo goiano.
Em março deste ano a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás aprovou a isenção do pagamento de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para a Enel. Apesar disso, não se vê qualquer perspectiva de redução na conta de energia, pelo contrário, está cada vez mais cara.
A conta de energia também já não pode mais ser paga em casas lotéricas, comodidade esta que ajudava a população a se organizar entre a jornada exaustiva de trabalho e o pagamento de suas contas. A Enel sequer conseguiu chegar a um acordo com a Caixa Econômica, pois não queria deixar de lucrar um centavo sequer com a energia elétrica do estado.
O povo goiano sofre o gosto amargo da privatização da companhia elétrica: paga mais caro por uma qualidade pior em suas necessidades básicas, tamanho é o descompromisso do estado com sua população e subserviência ao grande capital.