No dia 19 de outubro, trabalhadores da educação de Senador Canedo – que já vinham se mobilizando contra os cortes repentinos de salários das professoras e professores – deflagraram greve na rede municipal, somando-se à greve da educação de Goiânia.
Já na manhã da quinta-feira, 43 instituições, de um total de 52 do município, aderiram à paralisação convocada pelo Comando de Luta dos Trabalhadores em Educação de Senador Canedo. Com a decisão da greve, subiu para 47 o número de escolas que confirmaram a participação no movimento. Por ser uma greve que envolve a educação infantil, a categoria se dirigiu primeiramente aos pais e mães com filhos nas escolas públicas, expondo as condições insalubres da maioria das escolas, com inúmeros problemas como banheiros e ventiladores que não funcionam, vazamentos, paredes rachadas e tetos caindo literalmente nas salas de aula, além de falta de itens básicos como papel higiênico e água para beber e também falta de qualidade na merenda escolar.
Tais condições vinham sendo denunciadas há meses pela Associação Municipal dos Servidores da Educação de Senador Canedo (Amsesc). Quando o prefeito Fernando Pellozo e o secretário de educação Victor Pellozo diminuíram subitamente os salários dos professores em valores que variam de R$ 400 a R$ 1000, aumentando também a sua carga horária, a categoria passou a protestar semanalmente no Paço Municipal da cidade e elevou a sua organização.
Na semana passada, professores e administrativos se uniram e levantaram as suas reivindicações, tais como qualidade na merenda escolar, reajuste no salário dos administrativos e outras, e aprovaram a greve a partir do dia 23/10.
Administrativos de Goiânia completam uma semana de Acampamento da Greve
Em Goiânia, as trabalhadoras e trabalhadores administrativos da educação municipal montaram acampamento em frente à prefeitura e já completam uma semana mantendo o acampamento rotativo, dia e noite, com apoio de professores e do Simsed Sindicato Municipal de Servidores da Educação de Goiânia (Simsed). No local, estão acontecendo atividades culturais, políticas e a própria assembleia da categoria, no dia 20, que reafirmou a continuidade da greve enquanto o prefeito Rogério Cruz não atender as reivindicações.
No curso desta greve em Goiânia, os educadores, em conjunto com o movimento de aprovados no concurso público, conseguiram derrotar em parte o PL 300, um projeto de precarização que prorroga o tempo de duração dos contratos temporários no serviço público. O projeto, embora aprovado sob protestos, passou sem o inciso 3, que pretendia retirar o prazo de um ano para que servidores em regime de contrato temporário realizassem novo processo seletivo. Os educadores afirmam que continuarão lutando pela derrubada completa do PL300.