GO: Em educação não se gasta, se investe

GO: Em educação não se gasta, se investe

Nota reproduzida do blog do Comando de Luta de Aparecida de Goiânia, disponível em http://educacaoemlutadeaparecida.blogspot.com

Em doses cavalares, a solução proposta para reduzir os gastos com a educação já começou a fazer efeito desde o final do ano letivo de 2018 e nesse início de 2019.

De maneira caótica o ano letivo iniciou sem os Assistentes educacionais nas escolas com menos de 12 turmas, tal como a palavra já diz, sem “assistência” as escolas pareciam uma feira livre, e aos trancos e barrancos, a coordenação pedagógica conseguiu socorrer conforme suas pernas.

Muitas escolas da mesma maneira: caindo aos pedaços, inundadas em dias de chuva, sem ventilação, com aparelhos de ar condicionado sem funcionar, embora a SEMEC pague manutenção mensal, as salas de aulas lotadas com excesso de alunos e com número de funcionários reduzidos e de materiais pedagógicos também, começando pelo tonner e terminando no papel higiênico.

Como engolir essa dose???

Não podemos engolir esse pacote de maldades, tal como a secretária Valéria e o funcionário Júlio, com a anuência da prefeitura, pretendem empurrar por goela abaixo!

Os(as) professores(as) não são pessoas irresponsáveis e sem compromisso como a SEMEC tenta nos julgar. Quem realmente sabe o que é a regência? Refletir sobre o que fazer, estudar, planejar, replanejar, elaborar atividades, projetos, provas, avaliar, fazer correções, preencher Gemul (considerando a lentidão do sistema que custou em 2018 R$ 242.601,12), passar os finais de semana sobre a mesa, com inúmeras dessas tarefas, além de dar afeto aos alunos, ouvir suas histórias (que muitas vezes os próprios parentes não têm tempo para isso), cuidar das crianças e adolescentes que passam por problemas familiares sérios, muitas vezes em situações de risco, tirar dinheiro do bolso para pintar uma sala de aula que está um caco, comprar lembrancinhas, fazer lanches especiais, comprar kits de papelaria para os que não tem condições (lembrando que o kit da prefeitura sempre são valores exorbitantes, como em 2018 R$ 1.559.924,29 e não chega a tempo), entre tantas outras questões que somente quem está na escola percebe.

Esses profissionais tem adoecidos ao longo de anos, pois essa carga é dobrada e às vezes triplicada, porque precisam complementar seus salários,  e como não adoecer?

Com esse Pacote de Maldades a situação só se agravará, e o resultado será uma rede adoecida e com a qualidade ainda pior, considerando que as condições de trabalho, as ocupações administrativas e quantidade de alunos por sala já interfere e muito na qualidade da aprendizagem.

O que pudemos observar é que a SEMEC tem um único e exclusivo compromisso: diminuição de gastos! Não estão nem um pouco preocupados com a qualidade da aprendizagem dos alunos e com a escola.

A estratégia utilizada pela SEMEC foi de dividir a categoria, pois é sabedora da força que tem a categoria unida.

O acordo proposto pela SEMEC é ínfimo diante da precarização do nosso trabalho. Portanto, precisamos nos organizar e lutar, não pode contentar-nos em fazer reclamações sem agir.

 

Por isso nossa consigna é “NÃO ACEITAMOS!”

·         Não aceitamos o fim dos planejamentos na escola, uma vez que a lei diz que 1/3 de planejamento é o MÍNIMO, e esse mínimo está insustentável diante de tantas cobranças: tabelas, gráficos, projetos sem sentido, gemul e etc.

·         Não aceitamos o fim do cargo do Assistente nas escolas com menos de 12 salas, pois as escolas precisam de organização e não de caos, ainda mais com ensino fundamental e educação infantil nas escolas.

·         Não aceitamos nenhum corte de regência, pois trabalhamos arduamente e merecemos esse reconhecimento e respeito, que há anos vigora na nossa carreira!

·         Não aceitamos que nossos alunos tenham uma “recreação”, se podem e tem o direito a uma aula de EDUCAÇÃO FÍSICA com professor de formação específica para tal disciplina.

·         Não aceitamos que os professores das EMEI’s tenham seus salários diminuídos, uma vez que se dedicam integralmente à escola, inclusive cuidando e educando os alunos nos horários de almoço, descanso e higiene.

·         Não aceitamos que a SEMEC pague por projetos e materiais superfaturados que se quer são usados, ou solicitados pelos profissionais. Uma vez que este dinheiro deveria servir ao que realmente se necessita na educação: VALORIZAÇÃO! Tal como o pagamento de R$ 3.478.500,00 para o batido Projeto “Escola da Inteligência”.

·         Não aceitamos ficar sem receber o Piso de 2019, sendo que a estimativa do FUNDEB de 2019 para este Aparecida de Goiânia foi de R$172.596.825,74. O que tem ocorrido é que recebemos o Piso no meio do ano sem retroativo, e a pergunta que fica é: pra onde foi o dinheiro de janeiro a junho, nesses últimos 3 anos?

·         Não aceitamos que os administrativos não tenham aumento real no vale refeição e que dele seja descontado a precedência (totalmente ilegal!).

·         Não aceitamos ficar anos sem o DIREITO de receber as progressões (horizontal e vertical), titularidades, sem essa de pagamento para três servidores por mês, com uma demanda de mais de 2000 servidores que já deram entrada.

·         Não aceitamos ficar sem poder tirar as licenças prêmio, para interesse particular e aprimoramento.

·         Não aceitamos o aumento do número de alunos por sala e a diminuição de funcionários.

·         Não aceitamos não sermos escutados e sermos tratados como desafetos!

Exigimos respeito!

A educação é uma das principais soluções para as mazelas do país, portanto, não é dela que se deve cortar gastos, nela se deve INVESTIR!

Corte regalias, gastos sem necessidade, tais como tantos assessores sem função.

Se há um problema econômico e que precisa ser resolvido, na educação é que não se pode descontar!

 

NÃO ACEITAMOS MAIS RETROCESSOS E DESVALORIZAÇÃO!

NENHUM DIREITO A MENOS!

À LUTA CATEGORIA!

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