Em 24 de junho, a Polícia Militar (PM) do estado de Goiás (GO) cercou as terras de famílias camponesas em Formosa, no acampamento Dom Tomás Balduíno, abordando os trabalhadores de forma truculenta e impedindo que pudessem chegar às suas casas. Os camponeses do local são ameaçados há anos pela polícia, a mando do latifúndio.
Nos ataques ao acampamento Dom Tomás, os policiais buscam intimidar as famílias do acampamento afirmando que “cumprem ordens superiores”, sem que se revele nos interesses de quem é cumprido.
Os ataques a essas famílias se somam a outros promovidos contra o povo pelo latifúndio na região: no mesmo município, cerca de 20 trabalhadores foram encontrados recentemente em situação análoga a escravidão nos latifúndios de soja, feijão e arroz do monopólio Boa Safra Sementes.
Leia também: Camponeses denunciam trabalho escravo em monopólio latifundiário Boa Safra Sementes
A situação para o campesinato no estado é limite e demonstra o desespero do velho Estado de conter a luta pela terra: somente neste ano, a PM já realizou ações sem ordem judicial contra 19 acampamentos.
Demagogia e repressão pelo velho Estado
As terras do acampamento Dom Tomás tomadas pelos camponeses para nelas viverem e trabalharem acumulam dívidas milionárias com três bancos públicos e são citadas pelo Ministério Público em inquéritos por crime ambiental.
Anos atrás o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) iniciou negociações com falsas promessas de assentamento com as famílias, apenas para manter, no fim, a propriedade da terra nas mãos do latifúndio. Agora, o mesmo Estado reacionário e anti-povo ao qual pertence o INCRA envia seus agentes para ameaçarem os camponeses em defesa dos interesses dos grandes proprietários de terra.