Fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) identificaram grande desmatamento em uma reserva ambiental na zona rural da cidade de São Miguel do Araguaia, no noroeste do estado de Goiás, no fim da segunda quinzena de julho. Os levantamentos estimam que cerca de 765 hectares (7.650.000 m²) de Cerrado foram desmatados para a venda ilegal de madeira de lei.
As várias carretas mobilizadas não foram suficientes para que se pudesse retirar dali toda a madeira cortada. “Chega a dar dó.”, lamenta um dos fiscais que observou o desmatamento. A reserva ambiental onde se foi apurado o crime ambiental era tida até então como intocada. A multa foi de mais de R$ 1 milhão para os latifundiários.
Não é a primeira vez que são constatados desmatamentos na região. O rio Araguaia sofre com grandes problemas de assoreamento devido à ação antrópica que promove destruição de suas matas ciliares. O rio Araguaia que compõe uma das bacias hidrográficas mais importantes do estado corre o sério risco de deixar de existir nos próximos anos, também pela destruição de seus afluentes ao longo da bacia.
O estado de Goiás promove grande destruição contra o bioma natural da região (Cerrado) desde que se implementou a mecanização exaustiva do campo para beneficiar o latifúndio. O Cerrado, que é o segundo maior bioma do Brasil (atrás apenas da Floresta Amazônica) é a vegetação que sofre maior risco de extinção do brasil, tendo já mais de 80% de sua área alterada no país e em Goiás esse número chega a mais de 90%, contendo apenas 1% de sua área sob proteção legal. O Cerrado é tido com a savana com maior biodiversidade do mundo, que já sofreu e continua sofrendo grandes perdas devido ao agronegócio, principalmente o plantio de soja.