O desfile comemorativo de 90 anos da cidade de Goiânia, feito no dia 24 de outubro, ficou marcado por um protesto de trabalhadores administrativos que exigem direitos básicos. Com faixas, cartazes e palavras de ordem, os trabalhadores, que também estão em greve, exigiram o pagamento da data-base de janeiro, equiparação do auxílio locomoção com o valor pago aos professores e o plano de carreira da categoria. O protesto chamou ampla atenção e angariou muito apoio aos professores. Segundo um trabalhador grevista: “se alguém não sabia que tinha greve em Goiânia, hoje vai ficar sabendo”.
Os trabalhadores se posicionaram com faixas e instrumentos de percussão em frente ao palanque das autoridades às 8h da manhã e, embora cercados pela Polícia Militar e Guarda Civil Metropolitana, passaram a manhã entoando os gritos da greve. Ao final do desfile, a manifestação percorreu a avenida e foi aplaudida pela maioria das massas que assistiam ao evento.
Desde o início da greve, o prefeito de Goiânia colocou servidores da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) para substituir os administrativos em Escolas e Centros de Educação Infantil, em violação flagrante ao direito de greve e à própria educação das crianças. A Comurg, que é a empresa responsável pela coleta de lixo na cidade, não tem feito esse serviço há duas semanas e as ruas de Goiânia encontram-se abarrotadas de lixo.
E não é só a Educação que passa sufoco. A saúde do município também enfrenta falta de insumos e calote de direitos aos servidores públicos. Enquanto isso, a prefeitura planeja gastar R$ 1,39 milhão para realizar 17 shows de “aniversário” da cidade no mês de outubro. A população indignada, vendo tamanha farra, apoia a greve da educação.