Nesta quinta (31), estudantes secundaristas protestaram em defesa dos direitos dos professores em frente ao Colégio Estadual João Carneiro dos Santos, no município de Senador Canedo. Uma outra manifestação foi convocada pela Associação de Pós-Graduandos da UFG para amanhã (01), às 9h na Praça Boa Ventura, em Goiânia.
Os secundaristas levantaram cartazes e gritaram palavras de ordem em frente à maior escola de Senador Canedo, contra o PL 946/24. O projeto de lei de Alteração na Carreira do Magistério Público Estadual foi aprovado sob protestos na assembleia legislativa do estado, no último dia 22 de outubro.
O protesto estudantil no C.E. João Carneiro foi cercado por policiais militares. Os estudantes, que não se intimidaram, repudiaram as perseguições movidas pela secretária de educação Fátima Gavioli contra professores que exigem seus direitos.
A professora de geografia Roberta Batista, por exemplo, foi demitida após questionar sobre uma falta por ter levado seu filho a uma consulta médica.
O Projeto de Lei 946 foi enviado por Ronaldo Caiado (UB) em 14/10 e, desde então, tem sido denunciado por professores, sindicatos e comunidade acadêmica pelos ataques que ele contém.
Outra professora que presenciou a tramitação do projeto relatou, ao correspondente local do AND, a falta de interesse dos deputados no debate O PL aumenta a jornada mínima de trabalho, ataca o direito ao afastamento para tratamentos de saúde ou por doença na família e desvaloriza a formação dos profissionais, ao retirar gratificações como a por dedicação plena e outros direitos.
As declarações e perseguições da secretária de educação Fátima Gavioli ganharam repercussão nacional. Para a professora que perguntou sobre a falta por acompanhar o filho ao médico, a secretária respondeu que “Você não é obrigada a trabalhar não. Se você for um contrato, e você acha que tem que ter um emprego pra ir ao médico, você precisa sair, porque a lei é federal né?!”. Poucos dias depois, a professora Roberta respondeu em vídeo:
A educação pública em Goiás tem um déficit de 13 mil professores. Os ataques aos direitos do PL946 vão no mesmo sentido do “Novo” Ensino Médio, com as contratações por notório saber e parcerias público-privadas para ofertas de itinerários profissionais. Os protestos também somam-se às manifestações pelo país em defesa da educação pública.