Estudantes da Escola Senador Darcy Ribeiro, no setor Recanto das Minas Gerais, fizeram uma manifestação no dia 17/12, em defesa do seu direito de estudar, após o fechamento da escola e de mais outras 55 da Educação de Jovens e Adultos de Goiânia. Os estudantes da EJA se reuniram junto a familiares e aos professores da rede municipal, em frente à escola, com cartazes e palavras de ordem contra a medida anti-povo da prefeitura.
O fechamento das escolas da EJA foi realizado pela chamada equipe de transição do empresário e latifundiário Sandro Mabel (UB), antes mesmo de ter sido empossado prefeito. Mabel foi eleito no pleito deste ano com o segundo maior número de abstenções da farsa eleitoral no país. Enquanto ele recebeu 353.518 votos, as abstenções (pessoas que não foram às urnas) foram 352.393.
A medida de corte de gastos na educação foi aplicada junto com a apresentação de uma “reforma administrativa” que extingue a secretaria de assistência social e a funde com as secretarias da mulher e de direitos humanos, ao passo que cria uma secretaria da “eficiência” para acelerar licitações e contratos envolvendo os serviços públicos. Os servidores das instituições da assistência social têm denunciado este ataque e discutiram a medida em uma audiência pública no dia 18/12.
Nesta audiência pública, o sindicato municipal dos servidores da educação (SIMSED) distribuiu mil panfletos contra o fechamento das 56 escolas da EJA. E no dia 19/12, os trabalhadores da educação e estudantes foram para a frente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-GO), onde acontecia a diplomação do futuro prefeito, e fizeram a denúncia do fechamento das escolas, com intervenções, palavras de ordem e a distribuição de mais 500 panfletos.
Os trabalhadores da educação denunciaram também a situação de calamidade dos administrativos das escolas e CMEIs: merendeiras, trabalhadores da limpeza, auxiliares e demais funções fundamentais das escolas, que lutam pelo plano de carreira há anos e atualmente recebem menos de um salário mínimo. Em novembro, os administrativos começaram a sofrer cortes nos salários, anunciados para acontecerem durante 60 meses. Segundo a prefeitura, os descontos seriam referentes a pagamentos da data-base salarial que teriam sido pagos antes dela ser aprovada e, portanto, os trabalhadores teriam que devolver à prefeitura.
O SIMSED divulgou uma agenda de mobilização contra o fechamento das escolas e convocou uma manifestação em defesa da EJA para o dia 23/12, próxima segunda-feira, no Conselho Municipal de Educação.