GO: Quilombolas ficam presos por mais de 9 horas após acusação falsa de PMs

Dois homens quilombolas do território Kalunga foram presos ilegalmente por PMs do batalhão da patrulha rural em Cavalcante (GO).
Quilombolas do território Kalunga foram presos ilegalmente. Foto: Associação Quilombola Kalunga

GO: Quilombolas ficam presos por mais de 9 horas após acusação falsa de PMs

Dois homens quilombolas do território Kalunga foram presos ilegalmente por PMs do batalhão da patrulha rural em Cavalcante (GO).

No dia 12 de janeiro, dois homens quilombolas foram detidos e mantidos presos ilegalmente por várias horas por policiais militares (PM) em consequência do conflito envolvendo a fazenda Panorama, Cavalcante (GO), dentro do território quilombola Kalunga, segundo a Associação Quilombo Kalunga (AQK). O território já foi alvo de ataques da pistolagem a serviço do latifúndio. Os homens foram soltos depois da defesa dos quilombolas provar que as acusações dos PMs eram falsas.

Segundo a denúncia da AQK, os dois homens foram abordados pelo batalhão da patrulha rural da Polícia Militar de Goiás. A PM os algemou e acusou, sem provas, de terem cometido furto, posse ilegal de arma de fogo e violação de domicílio na fazenda Panorama, a 8 km do local onde foram detidos. Os dois passaram várias horas presos dentro da viatura, sem acesso a advogados e a qualquer direito básico.

Depois de 9 horas submetidos a essa prisão ilegal, foram levados para a delegacia de Cavalcante, onde permaneceram algemados e sem acesso a advogados, até meia noite. Os dois foram levados então para a delegacia de Campos Belos, onde às 2h30 da madrugada tiveram acesso a advogados da AQK.

Na defesa, foi constatado que os dois homens estavam a mais de 8km do local da suposta invasão a domicílio e que a arma apreendida pela PM não foi encontrada com eles, mas sim que estava desmontada em três partes escondidas em locais diferentes. Os dois foram liberados somente no dia seguinte às 6h30. De acordo com a AQK, o domicílio alegado da fazenda Panorama foi transferido por decisão judicial para uso da Associação desde 2015, porém a fazenda não foi desocupada.

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