Há algumas horas, o comandante geral das Forças Armadas Bolivianos, general Juan José Zúñiga, deu início às movimentações com tanques e soldados em direção à principal praça da capital do país, La Paz, em desafio ao presidente Luis Arce Catacora (do partido MAS). Imagens da TeleSur, rede de televisões estatal da Venezuela, mostram os oito tanques na praça que abriga o Palácio de Governo. O general Zúñiga posicionou franco-atiradores na praça de La Paz.
O presidente da Bolívia, Luis Arce Catacora, denunciou movimentações ilegais de tropas das Forças Armadas reacionárias bolivianas. Através das redes sociais, o presidente Luis Arce escreveu: “Denunciamos mobilizações irregulares de algumas unidades do Exército Boliviano”.
Eduardo del Castillo, um ministro do governo foi até à praça no objetivo de falar com o comandante geral, o general Juan José Zúñiga. O general foi indagado pelo ministro do governo sobre quem havia dado a ordem de movimentação, sem conseguir nenhuma alteração na movimentação golpista dos militares reacionários.
Imediatamente após os tanques militares adentrarem à praça, massas populares saíram às ruas em direção à sede do governo, contra o golpe de Estado. Lá encontraram um cerco montado pelo general Zuniga. Eles se mantiveram lá gritando consignas contra o golpismo.
A situação está em pleno desenvolvimento e a redação de AND acompanhará os desdobramentos.
Em 2019, a Bolívia passou por um golpe de Estado poucas semanas após a realização das eleições de 10 de outubro. Na ocasião, a Organização dos Estados Americanos (OEA) emitiu um relatório alegando irregularidades no processo eleitoral, corroborando assim com os golpistas derrotados eleitoralmente. Em fevereiro de 2020, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts publicou estudo concluindo que não houve nenhuma evidência estatística de fraude nas eleições de outubro de 2019. Ao todo, 33 bolivianos foram assassinados e centenas ficaram presos e feridos.
A matéria está em atualização permanente.
18h40: Posicionamento da OEA, militares invadem sede do governo, general golpista anunciou ‘novo gabinete’ e protestos populares condenam a tentativa de golpe
Ao contrário da postura em 2019, o Secretário-Geral da OEA, Luis Almagro, se pronunciou condenando a ação militar golpista: “A Secretaria-Geral da OEA condena da forma mais contundente os acontecimentos na Bolívia. O Exército deve submeter-se ao poder civil legitimamente eleito. Enviamos nossa solidariedade ao Presidente da Bolívia, Luis Arce Catacora, ao seu Governo e a todo o povo boliviano.”
Os militares comandados pelo general Zúñiga invadiram o prédio do governo. Eles chegaram a estabelecer o controle total da estrutura durante um período. Zúñiga afirmou que o objetivo era “recuperar a pátria” e chegou a anunciar que seria anunciado um “novo gabinete”.
O presidente Luis Arce se dirigiu até a sede do governo, até então ocupada pelos militares, e se reuniu com o general Zúñiga. Outras autoridades políticas também estavam presentes, mas não chegaram a participar da reunião.
O governo Arce nomeou novos comandantes militares e deu início ao processo de investigação contra Zúñiga, que foi preso. Chegava ao fim a tentativa de golpe de Estado.
Poucas horas após, uma enorme mobilização de massas se concentrou na praça Murillo, em La Paz. Os bolivianos condenavam a tentativa de golpe de Estado.
19h15: Pronunciamento do governo na Praça Murillo, condenações internacionais e retirada de militares.
Luis Arce, presidente do país, se pronunciou na Praça Murillo. Além dele, outros integrantes do governo também fizeram falas. A mobilização segue na praça.
Autoridades de Espanha, Brasil, Chile, Uruguai, Venezuela, México se pronunciaram condenando a tentativa de golpe. O Estados Unidos afirmou que monitora de perto a situação.
Os soldados e veículos militares do Exército boliviano começaram a deixar as proximidades do palácio presidencial.
19h45: Agora punido por tentativa de golpe, Zúñiga já havia sido punido por desvio de verbas de programa social em 2013, mobilizações no interior da Bolívia.
Em 2013, o Zúñiga, que foi o líder da tentativa de golpe militar de Estado de 26 de junho de 2024, foi acusado de desvio e roubo de mais de 2,7 milhões de pesos bolivianos de programas sociais e punido com sete dias de prisão. Ele ocupava o cargo de comandante-geral das Forças Armadas reacionárias bolivianas desde 2022 e se opõem à candidatura de Evo Morales nas próximas eleições, previstas para o ano de 2025.
No interior do país, mobilizações populares também foram registradas. No Norte da Bolívia, dirigentes sindicais e trabalhadores rechaçaram a tentativa de golpe de Estado.
20h40: Reuters afirma que Zúñiga foi preso
O monopólio de imprensa Reuters afirmou que o general Juan José Zúñiga foi preso na tarde de 26 de junho. Segundo informações, uma testemunha da agência de notícias viu o momento em que autoridades bolivianas prenderam o ex-comandante das Forças Armadas. Não está claro, porém, para onde Zúñiga está sendo levado, e nem se os demais militares mobilizador por ele também serão presos.