O governo chinês anunciou hoje (04/04) que irá responder ao tarifaço anunciado ontem pelo ultrarreacionário presidente ianque Donald Trump e aplicará a mesma taxação de 34% sobre todos os produtos importados nos EUA. O valor anunciado se soma ao de outras tarifas anteriores.
A China justificou a retaliação dizendo que “essa prática dos EUA não está de acordo com as regras do comércio internacional, prejudica seriamente os direitos e interesses legítimos da China e é uma prática típica de intimidação unilateral”, segundo uma nota da Comissão de Tarifas do Conselho de Estado da China.
Em resposta, o mandatário ianque disse que “a China fez a única coisa que não poderia fazer”, afirmando que o país asiático “jogou errado” e teria “entrado em desespero”, segundo suas palavras.
As tarifas anunciadas pelo ultrarreacionário Donald Trump no dia 03/04 atingiram mais de 185 países, mas a China foi um dos primeiros a responder. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a União Europeia (UE) está preparando “contramedidas”. Ela também disse que a UE está finalizando um pacote de tarifas sobre até 26 bilhões de euros de produtos norte-americanos para meados de abril, que serão uma resposta às tarifas de aço e alumínio anunciadas por Trump no início de março.
As respostas da UE já eram esperadas, visto que um dos objetivos de Trump é justamente minar o poder de “blocos” econômicos hegemonizados por imperialismos que não o norte-americano. No caso da UE, é o imperialismo alemão que hegemoniza o grupo. O enfraquecimento se realizará em duas etapas: primeiro, o EUA lança as tarifas em massa contra vários países, e depois busca reverter alguns de seus efeitos por relações bilaterais com países específicos, e não com blocos.
Enquanto isso, o impacto das tarifas segue a estremecer a economia imperialista. No EUA, a bolsa de valores da Nasdaq, que já havia sofrido uma queda de 5%, registrou uma perda de 4,61% de seus valores. A S&P registrou uma nova queda de aproximadamente 4%, enquanto o Dow Jones recuou em 3,5%.
Enquanto na Europa, as maiores quedas aconteceram na Itália, com a FTSE MIB perdendo 7,46% e a espanhola Ibex, que perdeu 6,72%. Outras quedas, como na Alemanha (-4,95%), Inglaterra (-4,86%) e na Zona do Euro (-4,88%). Por volta das 10h45 da manhã, o índice Euro Stoxx, que reúne ações das 50 principais empresas europeias, caiu em 3,98%, segundo informações do monopólio de imprensa G1.
Os próprios “especialistas” burgueses dos monopólios de imprensa afirmam que as taxações devem encarecer os produtos e diminuir a capacidade de consumo da população mundial, em especial norte-americana, que pode sofrer com uma forte desaceleração e até com uma recessão. Essas consequências foram admitidas até mesmo pela tribuna pró-Republicanos do EUA, o Washington Post.