Governo da Nicarágua fecha emissora de TV e prende dois jornalistas

Governo da Nicarágua fecha emissora de TV e prende dois jornalistas

Cartaz com a foto dos dois jornalistas presos, Miguel Mora e Lúcia Pineda. 

A policia da Nicarágua, a mando do governo oportunista e vende-pátria de Daniel Ortega, invadiu e tirou do ar a emissora nacional de televisão “100% noticias”, na noite do dia 22 de dezembro. Seu diretor, Miguel Mora, foi preso sob a acusação de “fomentar e incitar o ódio e a violência no país”.

Além de Mora, também foi presa a diretora de imprensa do canal de TV, Lúcia Pineda, a segunda a ser presa desde os massivos protestos populares ocorridos em abril contra as reformas antipovo do governo. A jornalista foi conduzida sob sigilo pela força policial até um juizado em Manágua, capital da Nicarágua. A família não foi avisada e não teve direito de mandar um defensor legal, e as informações sobre o paradeiro atual de Pineda não foram dadas pela polícia até o momento. O governo também desabilitou dezenas de entidades democráticas e expulsou do país duas comissões de “direitos humanos”.

Diversos os direitos contra as liberdades democráticas, como a de imprensa, estão sendo violados com base no argumento de “tentativa de golpe de Estado”, objetivando esmagar os protestos populares e repreender a insatisfação das massas contra a miséria e o desemprego que imperam sobre os mais pobres. Por outro lado, é certo que grupos de extrema-direita, atuando ao lado de grupos paramilitares, provocam e realizam sequestros e assassinatos de lideranças e apoiadores do governo atual.

Os protestos de abril e a intervenção ianque

Os protestos contra a miséria e superexploração se iniciaram em abril após decreto do governo “reformando” o sistema previdenciário da Nicarágua, impondo o aumento da contribuição previdenciária e o tempo de trabalho necessário para ter direito à aposentadoria. A repressão aos protestos foi brutal e, mesmo conseguindo derrotar a contrarreforma, o povo seguiu aumentando os protestos, exigindo a renúncia de Daniel Ortega e de seu regime arquirreacionário.

Nos bairros da capital Manágua e de outras importantes cidades, o povo se entrincheirou em bloqueios nas ruas para se defender com paus, pedras e rojões, quando passou a ser atacado diretamente pelas forças de repressão ou por grupos paramilitares governistas que, encapuzados, alvejam manifestantes e removem os “tranques”, como são conhecidos os bloqueios de ruas por todo tipo de material.

Em meio à justa rebelião popular contra o governo antipovo e vende-pátria de Daniel Ortega, da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), digladiam-se o oportunismo eleitoreiro à cabeça do velho Estado, que massacra os protestos; e o imperialismo ianque, que se bate por dirigir a insatisfação popular, dando seguimento a sinistros planos de aumentar o controle sobre a América Latina. As massas populares nicaraguenses, carentes de direção revolucionária, seguem lutando pela derrubada de Ortega.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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