Governo de Tarcísio de Freitas avança com projeto de escolas cívico-militares com aval do STF

STF já deu 3 votos favoráveis a derrubar decisão do TJ-SP que impede programa de militarização reacionária das escolas em SP.

Governo de Tarcísio de Freitas avança com projeto de escolas cívico-militares com aval do STF

STF já deu 3 votos favoráveis a derrubar decisão do TJ-SP que impede programa de militarização reacionária das escolas em SP.

No dia 2 de maio, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino pediu vista no julgamento que busca permitir que o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) avance com a transformação de 100 escolas em instituições de ensino cívico-militares. O julgamento começou quando o ministro Gilmar Mendes apresentou um caso contra a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que impediu o projeto de Tarcísio. Até agora, 3 ministros já votaram contra a decisão do TJ-SP: Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Gilmar Mendes.

O movimento de Dino não necessariamente expressa uma posição contrária ao texto. Pedidos de vista são comuns em julgamentos como esses. 

O governador Tarcísio tem avançado com o projeto por meio da Lei Complementar 1.398/2024, que instituiu o Programa Escola Cívico-Militar. Essa lei foi alvo do TJ-SP. No dia 28/04, o secretário de Educação e grande empresário Renato Feder anunciou a relação de 100 escolas que passariam pela transição. 

Plano nacional do bolsonarismo 

Tarcísio de Freitas não é o único governador a montar um reacionário projeto de ECM. Em 2019, o ex-presidente Jair Bolsonaro instituiu o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (PECiM) e implantou o modelo em 216 escolas. O programa foi encerrado por Luiz Inácio (PT), que reverteu a verba para o projeto de precarização do ensino “Novo” Ensino Médio (NEM). 

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Com a reviravolta, governadores bolsonaristas passaram a transformar escolas em ECMs a nível local e estadual. Isso ocorreu no DF, AM, PA, RO, MG, RJ, SP e PR. Em São Paulo, o prefeito reacionário Ricardo Nunes (MDB) anunciou a intenção de estabelecer um projeto similar a nível municipal.

Mesmo assim, diversos governantes serviçais das classes dominantes deram sobrevida ao projeto através de programas locais no DF, nos estados de AM, PA, RO, MG, RJ, e SP, e nos estados do Sul. Em consonância com o governo estadual, o prefeito da capital paulista: Ricardo Nunes, anunciou a intenção de estabelecer um projeto similar a nível municipal. 

ECMs: abusos e corporativização 

Embora vangloriadas pelos bolsonaristas, as escolas de tipo CM são conhecidas por vários casos de abusos físicos, morais e sexuais. 

No dia 6 de agosto de 2022, um militar bateu e ameaçou de morte um estudante de uma EMC em Imbituva (PR). O militar e o diretor, que acobertou o caso, foram afastados.

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Em 2021, um PM aposentado foi preso após ser acusado de assédio sexual por alunos de uma EMC em Francisco Beltrão (PR). No ano seguinte, oficial do Exército passou a ser investigado por estupro e importunação sexual contra alunas de 11 e 15 anos de uma EMC em Florianópolis. 

Por conta desses casos, a sensação de insegurança tem crescido. A 2ª Pesquisa de Situação Escolar no DF, publicada em 2023, mostrou que o nível de insegurança cresceu 3% entre professores, 88% entre alunos e 176% entre demais servidores entre 2019 e 2022.

O pesquisador e professor da Faculdade de Educação da Unicamp, Lucas Pelissari, diz que as EMC são conhecidas pela “violência” e “ataque às escolas como instituições de pensamento crítico”. Para ele, os casos de abuso e assédio são reflexos, principalmente, da ideologia fascista dos militares reacionários que é aplicada na educação das EMC.

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