Governo tem queda na aprovação (32%), que empata com avaliação negativa (31%)

Por mais que as pesquisas realizadas pelos institutos burgueses possam ser questionadas, os dados são preocupantes para Luiz Inácio, ainda mais que nos últimos meses foram registradas manifestações que condenaram o governo pelo não cumprimento do discurso de campanha.
Foto: Sergio Lima/Poder 360

Governo tem queda na aprovação (32%), que empata com avaliação negativa (31%)

Por mais que as pesquisas realizadas pelos institutos burgueses possam ser questionadas, os dados são preocupantes para Luiz Inácio, ainda mais que nos últimos meses foram registradas manifestações que condenaram o governo pelo não cumprimento do discurso de campanha.

Essa matéria foi atualizada às 16h50 do dia 2/10.

Mais uma vez, o governo Luiz Inácio sofreu um a queda na aprovação pela população brasileira. Agora, a quantidade de brasileiros que tem uma avaliação positiva e negativa sobre o governo é praticamente igual, segundo uma nova pesquisa Quaest divulgada hoje (2).

O governo tem agora 31% de reprovação, um aumento de 1% em relação a última pesquisa, feita em julho. Registrou também 32% de avaliação positiva, uma queda de 4%. Os números restantes são de pessoas que acham o governo regular (33%; aumento de 3%) ou não souberam responder (4%).

A pesquisa, que entrevistou 2 mil pessoas com 16 anos ou mais, avaliou também a opinião sobre o trabalho individual de Luiz Inácio: 51% aprovam e 45% reprovam.

O desgaste na questão agrária

Por mais que as pesquisas realizadas pelos institutos burgueses possam ser questionadas, os dados são preocupantes para Luiz Inácio, ainda mais que nos últimos meses foram registradas manifestações que condenaram o governo pelo não cumprimento do discurso de campanha.

Um exemplo disso foi a manifestação em SP, neste final de semana, que exigiu o fim das queimadas, do marco temporal e deu apoio à Revolução Agrária. Uma semana antes, o protesto havia ocorrido com o lema de apoio à Reforma Agrária, uma pauta do governo que foi abandonada. Os manifestantes alteraram, radicalizando o discurso.

A questão agrária tem sido uma afiada pedra no sapato de Luiz Inácio. O presidente foi atacado, em um evento oficial, pela liderança indígena Takuí Tupinambá por não cumprir com as promessas e pela fraqueza frente ao Congresso Nacional, notadamente latifundista.

Grande parte do desgaste é pela decisão do governo em não atender as exigências das massas (como a entrega das terras), manter silêncio quanto aos crimes do latifúndio contra indígenas e camponeses (a exemplo das queimadas, assassinatos de Guarani-Kaiowá no MS e invasões pistoleiras de territórios indígenas e camponeses no MS, PR e PE) e manter regalias às classes dominantes, como os latifundiários e grande burguesia.

Menos Orçamento, mais juros

Outro ponto foram os sucessivos cortes feitos pelo governo de Luiz Inácio em serviços como Saúde e Educação para atender o pró-mercado “arcabouço fiscal”. Há cortes programados até mesmo para o ano de 2025 em serviços da Saúde e Educação, benefícios do INSS e trabalhistas. Tudo ocorre com aval direto de Luiz Inácio; em um dos cortes, o ministro da Fazenda Fernando Haddad disse que “a primeira coisa que o presidente determinou é: cumpra-se o arcabouço fiscal. Não há discussão a esse respeito”.

Há, ainda, a dificuldade de resolver problemas que afetam milhões de brasileiros, como as elevadas taxas de juros. No dia 18/9, o Conselho de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu aumentar em 0,25% a taxa de juros. A decisão foi aprovada pelo presidente do BC indicado por Luiz Inácio, Gabriel Galípolo. Atualmente, 78,3% das famílias brasileiras estão endividadas, e elas serão diretamente afetadas por esse aumento.

Um elemento importante disso é a análise da queda de aprovação por renda: no grupo de pessoas que recebem até dois salários mínimos, a aprovação de Luiz Inácio caiu de 69% para 62%, uma queda considerável. A reprovação, por mais que seja menor que a aprovação, subiu de 26% para 32%.

E a despeito dos cortes e das altas taxas de juros que supostamente fariam a “economia funcionar”, 41% dos brasileiros acham que a economia piorou nos últimos 12 meses. Uma alta de 5% em relação à última pesquisa.

Tendências

Isso tudo fortalece, de certa forma, a extrema-direita. Quando o governo de Luiz Inácio, ao se chamar de esquerda, faz um governo de fato de direita, cumpre a dupla função de enlamear o nome da verdadeira esquerda e dar palco ao discurso da extrema-direita, seja a ela a bolsonarista ou não.

Por isso mesmo, há uma grande responsabilidade nos setores autenticamente populares e democráticos, que buscam confrontar a extrema-direita bolsonarista, apoiar e tomar parte na luta revolucionária em desenvolvimento do nosso país e confrontar o governo de turno pela cumplicidade com as classes dominantes e o atual estado de coisas.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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