O auditório do prédio de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ficou lotado com cerca de 300 pessoas no dia 15 de dezembro. Eram camponeses, operários, estudantes, jornalistas, advogados e ativistas revolucionários que se reuniram para celebrar os 130 anos do Natalício do Presidente Mao Tsetung em um evento em Belo Horizonte, Minas Gerais. A atividade, que foi organizada pela Frente Revolucionária em Defesa dos Direitos do Povo – Brasil (FRDDP), ficou marcada como “uma grande celebração da ideologia do proletariado internacional, o marxismo-leninismo-maoismo, aportes de validez universal do presidente gonzalo”, segundo os seus próprios organizadores.
Uma grande imagem do Presidente Mao Tsetung ornamentava a parede atrás da mesa cerimonial, que estava coberta com pano vermelho e com as bandeiras das organizações presentes: FRDDP, Liga dos Camponeses Pobres (LCP), Movimento Feminino Popular (MFP), Sindicato dos Trabalhadores da Construção de Belo Horizonte – Marreta (STIC-BH/Marreta), Liga Operária, Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) e Unidade Vermelha – Liga da Juventude Revolucionária (UV-LJR). João Carvalho, educador popular, também estava presente na mesa, além de organizações, entidades e veículos de imprensa como a Associação Brasileira de Advogados do Povo Gabriel Pimenta (Abrapo) e o jornal A Nova Democracia. Na parede lateral, imagens de quatro grandes chefes do proletariado, Karl Marx, Vladimir Lenin, Presidente Mao Tsetung e Presidente Gonzalo cobriam a parede, abaixo de uma faixa com a consigna Unir-se sob o maoísmo!. Ao fundo do salão, na parede mais alta do auditório inclinado, uma grande bandeira nacional Palestina encerrava a ornamentação.
O evento foi iniciado com o Hino do proletariado internacional, A Internacional, entoado pelos presentes.
A cerimônia de início foi sucedida pelas intervenções e saudações de diversas organizações presentes. Os representantes de cada organização destacaram a importância de celebrar os 130 anos do Presidente Mao Tsetung e elevar alto o trabalho teórico-prático deste grande chefe do proletariado, responsável por dois dos três grandes feitos da Revolução Proletária Mundial. A Revolução de Nova Democracia, o capitalismo burocrático, os três instrumentos da Revolução e o haver desenvolvido a teoria militar da Guerra Popular foram alguns dos feitos teóricos do Presidente Mao Tsetung destacados pelos ativistas, que concluíram afirmando que as lições maoistas se comprovam cada vez mais na atualidade e demandam a aplicação como único caminho para a Revolução no País e no mundo.
O segundo momento da cerimônia contou com intervenções mais extensas de dois integrantes da mesa: um destacado dirigente operário e militante comunista, representando o Núcleo de Estudos do Marxismo-Leninismo-Maoismo (NEMLM); e o educador popular João Carvalho.
O representante do NEMLM destacou como a luta revolucionária no mundo ao longo do século XX se aprofundou e agudizou com o processo da Revolução Chinesa, liderado pelo Presidente Mao Tsetung, e as contribuições deste chefe à Revolução Mundial. O NEMLM também pontuou a aguda luta revolucionária vivida hoje, expressa na luta contra o imperialismo, os latifundiários e, de forma inseparada, contra o revisionismo.
Como parte integrante e destacada desse processo, saudou os processos de constituição e reconstituição de Partidos Comunistas em todo o mundo, bem como a luta revolucionária da Resistência Nacional Palestina, definida como “uma extraordinária guerra de libertação nacional”. Por fim, retomou em sua fala a vida e obra do grande chefe revolucionário peruano Dr. Manuel Ruben Abimael Guzmán Reynoso, o Presidente Gonzalo, e seu papel central de, em meio à preparação, ao desatar e ao desenvolvimento da Revolução Peruana, culminar a definição da ideologia científica do proletariado internacional como nova, terceira e superior etapa do marxismo, o marxismo-leninismo-maoismo.
Em sequência, o historiador, professor e educador popular João Carvalho saudou os presentes, destacadamente os ativistas revolucionários, o campesinato e a classe operária, definidos todos em seu papel como “a linha de frente da Revolução em nosso País”. Retomando a fala do representante do NEMLM, João Carvalho elevou o papel central do Presidente Gonzalo na definição do maoismo e seu local na história como continuador do revolucionário peruano Mariátegui, responsável por aplicar a tarefa de Mariátegui, de saber manejar o marxismo de forma criadora no Peru.
Ainda em sua fala, o historiador e ativista destacou como a Revolução Chinesa chefiada pelo Presidente Mao Tsetung foi responsável por levar o País que passou pelo “Século da Vergonha” ao da grande experiência da China socialista. “Uma sociedade nova não somente é possível, ela já existiu”, afirmou, antes de concluir que o Presidente Mao Tsetung “viveu, vive e viverá’’, e “está vivo no movimento revolucionário brasileiro aqui presente”.
Antes do encerramento da cerimônia, importantes demonstrações culturais populares foram apresentadas. A primeira das apresentações foi um coral do MFP em homenagem à Palestina. Dezenas de ativistas revolucionárias, uniformizadas em blusas brancas e calças pretas, rostos cobertos por kuffiyas e braços envoltos na braçadeira com as siglas da organização, entoaram o hino de seu movimento. A segunda apresentação foi feita por jovens revolucionários, que apresentaram uma canção escrita pelos guerrilheiros do Araguaia. Ambos os hinos foram seguidos de forma vibrante pelo resto do auditório, que encerrou o evento, após a apresentação, com estrondosos aplausos.