A tensão por medo de surtos de coronavírus nos acampamentos lotados da Grécia continua [Louisa Gouliamaki/AFP]
Um incêndio atingiu um dos maiores campos de refugiados da Grécia, na ilha de Chios, causando danos generalizados e deixando até centenas de pessoas desabrigadas, no dia 19 de abril.
O incêndio começou após um protesto sobre a morte de uma requerente de asilo iraquiana de 47 anos, que os moradores afirmam que morreu pela Covid-19. O incêndio ocorrido no campo de Vial destruiu as instalações do serviço de asilo, uma cantina no campo, barracas de depósito e muitos contêineres residenciais, disse o secretário do Ministério da Migração, Manos Logothetis, à agência do monopólio de notícias AFP.
O porta-voz da agência de refugiados da ONU em Atenas, Boris Cheshirkov, disse que os danos ainda estavam sendo avaliados, mas que muitos moradores do campo provavelmente ficariam desabrigados.
Uma fonte policial em Atenas disse que dois afegãos e um iraquiano haviam sido presos em relação ao protesto que se seguiu à morte da mulher.
Acampamentos lotados
Cerca de 35 mil pessoas vivem nos acampamentos da ilha, que são destinados a abrigar cerca de 6 mil pessoas. Um total de cerca de 100 mil requerentes de asilo estão atualmente presos na Grécia depois que outros estados europeus fecharam suas fronteiras em 2016.
Como em todos os acampamentos insulares da Grécia, Vial está severamente superlotado, com mais de 5 mil pessoas vivendo em um espaço destinado a cerca de 1 mil.
A maioria absoluta de massas foge à Europa vinda de regiões assoladas pela guerra imperialista, atiçada e produzida pelas potências, especialmente da Europa ocidental (França, Inglaterra e outras). Potências que depois fecham suas fronteiras e deixam-as morrer sem as mínimas condições de sobrevivência.
Crianças são vistas no campo de refugiados de Malakasa, em Atenas, depois de ter sido colocado em quarentena após um homem ter dado positivo para o coronavírus [Ayhan Mehmet/Getty Images]