Milhares foram às ruas de Atenas contra a crise. Foto: Twitter/In Defense of Communism
Trabalhadores gregos de diversos setores do serviço público e privado paralisaram suas atividades por 24 horas no dia 9 de novembro durante uma greve por aumento nos salários. A greve contou com massivas manifestações em Atenas, capital do país, e em Thessaloniki, a segunda maior cidade da Grécia. As massas em luta arremessaram tinta vermelha no Banco Central e entraram em confronto com as tropas repressivas do Estado reacionário grego. Ao todo, 10 pessoas foram presas e um policial ficou ferido.
Em torno de 20 mil pessoas marcharam pelas ruas de Atenas, onde ocorreu uma paralisação de trabalhadores do transporte marinho, ferroviários, metroviários, rodoviários, professores, pilotos de avião e trabalhadores de saúde, dentre outros.
Durante a manifestação, as massas em luta contra a crise alvejaram o Banco Central com tinta vermelha e arremessaram um coquetel molotov em um carro estacionado em frente ao Ministério das Finanças. A marcha seguiu até o parlamento do país, onde a polícia reprimiu a manifestação com o uso de bombas de gás. Os manifestantes revidaram à repressão com o arremesso de dezenas de coquetéis molotovs. Dois manifestantes foram presos e um policial ficou ferido.
#Internacional | Trabalhadores gregos de diversos setores do serviço público e privado paralisaram suas atividades por 24h no dia 9 de novembro durante uma greve por aumento nos salários. As massas em luta entraram em confronto com as tropas repressivas. https://t.co/UMtrKYjeMD pic.twitter.com/kzQeeFdBl7
— A Nova Democracia (@jornaland) November 11, 2022
Em Thessaloniki, aproximadamente 8 mil pessoas foram às ruas durante a greve geral. O protesto foi atacado pela polícia e as massas responderam à covarde repressão com o uso de coquetéis molotovs e pedras. Em fúria contra a constante piora nas condições de vida, os manifestantes destruíram caixas eletrônicos 24h espalhados pela cidade.
Atualmente, a inflação no país está em torno de 9,1%. Durante 2022, o mesmo índice atingiu recordes históricos, atingindo a taxa de 12%, a maior em 30 anos e a maior dentre os países na zona do euro. Em outubro, a inflação sobre comida e bebidas não-alcoólicas subiu para 14,2%.
Inverno de greves e protestos na Europa
A manifestação na Grécia se soma a um conjunto de mobilizações de trabalhadores de toda a Europa contra a crise sem precedentes do imperialismo que se instaurou na Europa, agravada pela guerra de agressão russa à Ucrânia. França, Alemanha, Inglaterra, Bélgica e Espanha são alguns dos países em que milhares de massas realizaram greves e manifestações contra o crescimento exponencial da inflação e a constante piora das condições de vida. Em várias dessas mobilizações, os números de trabalhadores em luta atingiram recordes históricos.
Ao que tudo indica, com o aprofundamento da crise, o crescimento dos preços de energia e a chegada do inverno, os protestos tendem a crescer nas próximas semanas e meses. Uma nova greve geral ocorreu na Bélgica no dia 09/11, onde milhares de trabalhadores paralisaram seus serviços e realizaram piquetes em supermercados e shoppings. Na França, trabalhadores do transporte rodoviário e metroviário suspenderam suas atividades no dia 10/11. No Reino Unido, massas de diversos setores têm aprovado greves para as próximas semanas. No setor da saúde inglesa, milhares de enfermeiras e enfermeiros do sindicato Royal College of Nursing aprovaram a primeira greve dos 106 anos de história da organização.