Nos dias 2 e 3 de outubro ocorreu a Greve Nacional da Educação, com duração de 48 horas, acompanhada de vários protestos pelas capitais e outras cidades brasileiras. Mobilizando estudantes, professores, operários, petroleiros e diversas outras categorias que se somaram à luta, a Greve Nacional exigiu principalmente o fim do programa “Future-se” e se posicionou contra o corte de verbas na educação, os cortes de bolsas, as privatizações e a “reforma da Previdência” do governo de Bolsonaro e dos generais.
No Rio de Janeiro, os manifestantes se concentraram na Candelária, Centro da cidade, por volta das 18h, e saíram em protesto até o prédio da Petrobras, na região do Largo da Carioca. Cerca de 20 mil pessoas estiveram presente no ato, entre eles estudantes, professores, petroleiros etc.
Foram erguidas várias faixas e cartazes, sendo que uma delas, assinada pelo Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR), dizia: Defender a Educação com unhas e dentes!
Foto: Redação de AND
Cerceando o direito à manifestação de modo arbitrário, pelo menos 40 policiais militares da Tropa de Choque interceptaram um grupo de estudantes e fizeram violenta abordagem, com o objetivo de intimidar os manifestantes. Apesar da tentativa, os jovens responderam com altivez, gritando Polícia fascista! Estado terrorista! e outras palavras de ordem. Um jovem foi detido sob a acusação de “portar uma pilha”.
Em Niterói, Região Metropolitana do Rio, a avenida Visconde do Rio Branco foi bloqueada por pneus em chamas e uma faixa escrita: Defender a Educação com unhas e dentes! MEPR.
Bloqueio na avenida Visconde do Rio Branco, em Niterói. Foto: Reprodução/MEPR
Em São Paulo, capital, manifestantes ocuparam a avenida Paulista, fecharam todas as suas faixas e caminharam até a praça Roosevelt. Cerca de 5 mil pessoas estiveram presentes.
Na cidade de Campinas (SP), o ato se concentrou no fim da tarde no Largo do Rosário, na região central da cidade. Os manifestantes carregavam faixas com os dizeres: Nem Bolsonaro, nem Mourão, nem Congresso de corruptos! Fora Forças Armadas reacionárias! A manifestação percorreu as vias Francisco Glicério, Moraes Sales e Irmã Serafina, além de ter fechado a avenida Anchieta por cerca de 15 minutos.
Também houve ato em São Carlos, no interior de SP, onde os manifestantes se concentraram na Universidade de São Paulo (USP) desde às 8h e saíram em passeata às 9h30 em direção à Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Os manifestantes chamaram as pessoas que estavam pelas ruas para participarem do protesto e saíram pela avenida São Carlos. A passeata bloqueou o trânsito em alguns pontos próximos ao cemitério municipal.
Em Salvador (BA), estudantes e professores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) se reuniram no centro da cidade pela manhã. Os manifestantes bloquearam o trânsito na avenida 7 de setembro e seguiram em direção à praça Castro Alves.
Em Belo Horizonte (MG), professores, estudantes e operários, além de funcionários da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), se reuniram no centro. O ato saiu da praça Afonso Arinos e seguiu até a praça Sete.
Segundo o Comitê de Apoio ao AND de BH, o ato foi em defesa da educação, contra os cortes feitos pelo obscurantista governo Bolsonaro/generais e o seu atual ministro da Educação, Abraham Weintraub, bem como a implantação do “Future-se” e a “reforma da Previdência”.
Um bloco combativo elevou o tom das exigências populares. Ele foi conformado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belo Horizonte e Região (Marreta), Movimento Classista dos Trabalhadores em Educação (Moclate), Luta Popular pelo Socialismo (LPS), Liga Operária e MEPR. À sua frente, uma faixa estampava: Nem Bolsonaro, nem Mourão, nem Congresso de corruptos! Fora Forças Armadas reacionárias!
Manifestantes exibem faixa contra Bolsonaro, Mourão, Congresso de corruptos e Forças Armadas reacionárias. Foto: Comitê de Apoio ao AND – Belo Horizonte
Protesto no centro de BH. Foto: Reprodução/BHtrans
Em Maceió (AL), a manifestação reuniu professores, estudantes e servidores técnicos da rede pública federal de educação. O ato na capital se concentrou na praça Centenário, na região do Farol, e seguiu até o Centro da cidade, paralisando o trânsito na avenida Fernandes de Lima. Em Arapiraca, no Agreste alagoano, também houve manifestação. Estudantes, professores e servidores federais percorreram as ruas da cidade em apoio aos atos que ocorreram em todo o país.
Em Florianópolis (SC), estudantes bloquearam as entradas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O bloqueio foi feito com diversos objetos. Nas imediações do campus, no bairro Trindade, os estudantes distribuíram panfletos aos pedestres e motoristas, além de bloquear o trânsito nas avenidas Lauro Linhares, Professor Henrique da Silva Fontes e na rua Delfino Conti.
No Rio Grande do Sul, na capital Porto Alegre, estudantes e professores, mesmo sob chuva, saíram da Faculdade de Educação (Faced), por volta das 18h, e caminharam até a Esquina Democrática. Várias faixas e cartazes contra o Bolsonaro e seu governo de generais foram exibidos, além de críticas aos cortes na educação.
Em Brasília, estudantes e professores ocuparam seis campi diferentes do Instituto Federal de Brasília (IFB).
Em Belém (PA), cerca de 500 manifestantes se reuniram por volta das 17h em frente ao mercado de São Braz.
Em Rondônia, os protestos ocorreram na capital, Porto Velho, na qual os manifestantes protestaram contra as privatizações, os cortes de verbas e o aumento de 25% na conta de luz, promovido pela empresa Energisa. Além de movimentos estudantis como o MEPR, também esteve presente no ato o Movimento de Atingidos por Barragens (MAB).
O número de cidades onde ocorreram os atos e a quantidade de trabalhadores mobilizados foi significativo, apesar da autossabotagem praticada por muitas centrais e pelo movimento estudantil eleitoreiro.
Caixões com fotos de Bolsonaro, Mourão e Sérgio Moro são exibidos por populares no Rio. Foto: Redação de AND
Um enorme número de policiais acompanhou a manifestação no Rio de Janeiro. Foto: Redação de AND