Foto: Comitê de Apoio ao Jornal A Nova Democracia – Dourados (MS)
A cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul, foi palco de grande mobilização contra a “reforma” da Previdência e os cortes na educação no dia da Greve Geral de 14 de Junho. Os atos começaram na Praça Antônio João reunindo estudantes, servidores públicos, operários, camponeses e indígenas. No período da manhã houveram falas e panfletagem. A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e a Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS), assim como várias escolas da rede pública da cidade, paralisaram suas atividades. Os bancos também pararam no período da manhã.
Logo em seguida, o ato foi em marcha até a reitoria da UFGD, onde ocorreu um protesto contra a interventora nomeada essa semana pelo MEC. O processo de eleições que se realizou na universidade sofreu um barramento por parte da justiça, que, de forma arbitrária, tornou ilegal as eleições realizadas democraticamente na instituição. Ampliando a intervenção na autonomia universitária e passando por cima da escolha feita pela comunidade acadêmica, o MEC nomeou de forma autoritária uma interventora para ocupar o cargo ‘temporariamente” depois do fim da última gestão que deixou suas funções essa segunda. Agindo assim, o MEC ataca violentamente a autonomia universitária da UFGD e de todas as Universidades Federais, uma vez que abre precedente para que essa prática se espalhe para outras instituições.
Durante o protesto, a comunidade acadêmica deixou claro que não aceitará a intervenção e lutará pela autonomia da universidade. Também foi realizado um almoço em conjunto com o sindicato dos professores e da Licenciatura em Educação no Campo (LEDUC), que está com risco de fechamento devido aos cortes no orçamento. Ao final, foi realizado um chamado para que, segunda-feira pela manhã, toda a comunidade acadêmica esteja presente para impedir a interventora de assumir suas funções e cobrar que a vontade da academia seja respeitada.
Depois do protesto na reitoria, os manifestantes se dirigiram ao prédio do INSS, de onde sairia uma marcha pelas ruas da cidade. A manifestação de tarde contou com a presença de um bloco combativo que deflagou faixas com os dizeres Greve Geral de Resistência Nacional! e Trabalhadores e estudantes contra a “reforma” da Previdência!. De forma enérgica, o bloco convocou os estudantes e trabalhadores para a luta combativa contra a reforma da Previdência, os cortes na educação e demais ataques do governo de Bolsonaro e dos generais. Também foram distribuídos panfletos conclamando a Greve Geral contra todos esses ataques ao povo.
Ao final da marcha, quando esta chegava próxima a uma loja da Havan, foram queimadas bandeiras dos EUA e de Israel aos gritos de “Fora Imperialismo da América Latina!”, “Somos estudantes, não somos pacifistas, viva a luta anti-imperialista!”, “Juventude do Iraque e Palestina, sua luta continua na América Latina!”, “Não apagou e nem vai apagar, o fogo da revolta popular!”, entre outras palavras de ordem, que tiveram grande apoio dos presentes. Um boneco representando o gerente de turno Bolsonaro enforcado numa corda foi alvo de rechaço das massas, sendo arrastado pelas ruas e depois queimado junto às bandeiras.