Na manhã do dia 24 de abril, foi divulgado na imprensa local um vídeo que flagrou ao menos 7 guardas municipais da prefeitura de Manaus torturando um morador de rua em um prédio abandonado no centro da capital amazonense.
No vídeo, é possível observar vários guardas municipais e um homem rendido, algemado e sentado no chão. O guarda identificado pelo denunciante como “Eugênio” usa o cassetete para espancar a vítima enquanto zombam e tentam tirar alguma informação do morador de rua.
Pode-se ouvir o agente falando “Tu só vai apanhar”, “desmaia”, “descansa aí e [depois] vai tomar outro pau”. Os colegas de farda complementam falando que “Ele não vai falar não. Ele não vai falar? Não acredito, não. Vai apanhar até umas horas”. Tudo o que a vítima consegue falar é “Não fui eu não, senhor. Eu juro”.

O conteúdo das falas indica que os guardas estavam torturando o morador de rua em busca de alguma informação. Essa prática ainda é generalizada nas polícias brasileiras nos dias atuais e segue os moldes do regime militar, conforme apontaram especialistas durante o ciclo de debates “Conhecendo o DOI-Codi/SP”, organizado em 2023.
Durante o evento, o jornalista Marcelo Godoy destacou que pouquíssimos casos de tortura são denunciados, e menos ainda são investigados e punidos. Segundo ele, apenas 3,4% das denúncias de tortura levadas ao Judiciário em audiências de custódia em São Paulo entre 2015 e 2017 transformaram-se em inquéritos.
A prática de tortura generalizada por parte dos policiais contra pessoas do povo fomenta, ainda, que grupos de extrema direita repitam essas práticas.
Recentemente, um grupo de jovens degenerados foi investigado por terem atacado um morador de rua com um coquetel molotov na zona oeste do Rio de Janeiro.
Entre os envolvidos, estava um soldado do Exército, preso por transmitir a tentativa de assassinato ao vivo na internet.
As investigações descobriram que o grupo responsável pela organização do ataque compartilhava conteúdos de pornografia infantil e apologia ao nazismo na internet.
O soldado respondeu por tentativa de homicídio triplamente qualificada, associação criminosa, apologia ao nazismo e corrupção de menores.
