O Movimento de Resistência Islâmica, o Hamas, lançou uma declaração sobre a negociação trilateral em curso entre Catar, Egito e o imperialismo ianque no intuito de chegar a um cessar-fogo em Gaza. A declaração. ressalta que desde o início da agressão sionista em Gaza, o Hamas tem se empenhado em garantir o sucesso dos esforços de cessar-fogo mediados pelo Egito e Catar. O movimento reafirmou seu apoio a qualquer esforço que alcance a cessação da agressão. O Hamas exigiu que se cumpra com o definido dentro dos termos que foram acordados em 2 de julho e não que se crie um novo acordo.
O Hamas em particular participou de várias rodadas de negociações e demonstrou toda a flexibilidade possível para atingir os objetivos e interesses do povo palestino e para acabar com o derramamento de sangue imposto por Israel através de seus bárbaros crimes de guerra. Dentre os principais pontos, o Hamas destaca o processo de troca de prisioneiros, o retorno de pessoas deslocadas e reconstrução do que foi destruído pela agressão.
Nesse contexto, o movimento concordou com a proposta dos mediadores em 6 de maio de 2024 e a Resolução 2735 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, aprovado após o Massacre de Rafah. No entanto, o Estado sionista de Israel respondeu com rejeição, continuou os massacres contra as massas palestinas e reiterou sua posição de que não leva a sério um cessar-fogo permanente. A continuidade dos ataques sionistas atingiu seu ápice com o assassinato do líder do Birô Político do Hamas, Ismail Haniyeh, a 31 de julho, confirmando a não-intenção de Israel em por fim às agressões. Após o anúncio da declaração trilateral, o Estado sionista de Israel cometeu mais um crime hediondo contra a humanidade com o massacre da Escola Al-Tabaeen, enquanto as pessoas estavam fazendo suas orações, vitimando mais de 100 palestinos e deixando outros 250 feridos.
Osama Hamdan, líder sênior do Hamas, concedeu uma entrevista para o noticiário para a Al-Manar para tratar da declaração divulgada pelo movimento neste domingo e ressaltou que há uma forte coesão dentro do Eixo de Resistência e coordenação no enfrentamento do invasor sionista.
“Os líderes do movimento estão gerenciando diretamente a batalha do Dilúvio de Al-Aqsa, e o movimento está se unindo em torno da opção de resistência como uma escolha estratégica para libertar a Palestina e reivindicar direitos”, afirmou Hamdan.
Hamdan afirmou que é um fenômeno raro que o líder do Hamas seja escolhido por unanimidade, como aconteceu com Yahya Sinwar, líder do Hamas em Gaza e agora líder máximo do Birô Político. Essa é uma forte mensagem de que o Hamas se tornou mais forte e resistente, apesar do duro golpe que recebeu com o assassinato de seu líder anterior, Ismail Haniyeh.
O líder sênior também destacou que a característica mais significativa de Yahya Sinwar é o fato de ser capaz de enfurecer o Estado sionista de Israel e o Hamas queria chegar a um acordo sobre uma escolha que enviasse mensagens à besta nazisionista sem necessidade de explicações.
“Nossa posição é clara e não estamos esperando por uma discussão sobre novos papéis e títulos. Há um documento com o qual concordamos e estamos aguardando o anúncio dos mecanismos de implementação, incluindo a cessação da agressão, sua retirada, a ajuda à Faixa de Gaza e o início da reconstrução”, afirmou Hamdan.
Por fim, Hamdan ressaltou que a resistência não vai mais apenas receber golpes e reagir e mencionou que a resposta iraniana a qualquer momento afetará o curso da luta, seja ela anterior ou posterior às negociações.
“Nossa mensagem é clara: estamos defendendo nossos direitos, nossa terra, nosso povo e nosso futuro. Essa defesa assumirá todas as formas e ferramentas. A verdadeira solução está em acabar com a ocupação, não em buscar soluções que levem a uma escalada ainda maior”.