Soldados do Hamas participam de um comício comemorativo do 31º aniversário da fundação do Hamas, na Cidade de Gaza, 16/12/2018
Na madrugada do dia 3 de julho, o Ministério do Interior da Faixa de Gaza emitiu uma declaração urgente de que havia descoberto um plano da inteligência secreta israelense “trabalhando sob a cobertura de células afiliadas ao ISIS”, referindo-se ao grupo autoproclamado Estado Islâmico (EI). Segundo o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que governa o território palestino da Faixa de Gaza, o objetivo deles era o de “direcionar ataques de segurança à infraestrutura governamental e militar” do Hamas.
Segundo o monopólio de imprensa israelense The Jerusalem Post, as investigações do Hamas mostraram que um grupo de jovens havia sido recrutado pela inteligência de Israel após serem acusados por suposta afiliação ao EI. Assim, eles teriam sido orientados pelo sionismo a coletar informações sobre a Resistência Nacional palestina e a organizar ataques contra o Hamas, em especial aos sistemas de comunicação e segurança pessoal dos chefes do Hamas em Gaza, além de prédios governamentais.
Também consta nas investigações que o chefe da célula pró-sionista (cujo nome não foi divulgado) admitiu estar associado há anos à rede de espionagem israelense. Segundo o Hamas, ele havia começado a preparar seus ataques há alguns meses e que planejava colocar dispositivos explosivos dentro do complexo da corte judiciária e realizar uma série de operações suicidas contra postos de controle e centros de segurança de Gaza.
A agência de notícias Al-Akhbar, veiculada ao Hezbollah (movimento xiita sediado no Líbano) e apoiadora do Hamas, afirmou que os suspeitos detidos estavam “no processo de realizar outras ações de sabotagem contra a Resistência com acompanhamento direto da inteligência da ocupação”.
Os ataques seriam realizados por meio de agentes em motocicletas, de forma semelhante a ataques anteriores contra o Hamas em Gaza pelos quais o EI assumiu responsabilidade. Em agosto de 2019, o Hamas prendeu uma suposta célula do EI por dirigir uma série de atentados suicidas contra a polícia de Gaza.
Além disso, em outubro de 2019 o Hamas também acusou a inteligência de Israel de se aproximar de jovens palestinos “com pensamentos extremistas de Salafi” e orientá-los a conduzir ataques suicidas contra alvos do Hamas. O Salafismo é um movimento ortodoxo e ultraconservador dentro da vertente sunita do Islã que orienta ideologicamente, por exemplo, o EI.
Embora o EI tenha cumprido um papel de combate às forças imperialistas invasoras principalmente no Iraque, conformando então uma força de Resistência Nacional, sua ideologia sectária e feudal tende-os a uma política de cooptação pelas forças imperialistas e, no caso concreto, se confirmado, pelo sionismo.