Combatentes do Hamas eliminaram quatro soldados israelenses nesta segunda-feira, 11. Eles foram atingidos por um míssil antitanque disparado dentro de um edifício no bairro de Beit Lahiya, próximo ao campo de refugiados de Jabalia, onde as tropas israelenses conduzem sua quarta ofensiva desde outubro do ano passado sem atingir o controle completo do território.
O norte de Gaza, de onde o exército de Israel lançou seu ataque contra o enclave palestino, foi anunciado como totalmente livre de operativos do Hamas pelo Estado Maior do exército de Israel ainda no ano passado. Este recente ataque demonstra que isto não é verdadeiro.
Além dos quatro, um outro oficial foi morto dentro do campo de Jabalia na segunda-feira, após ser atingido também por um míssil antitanque. O oficial compunha a unidade Eilat, considerada uma tropa de elite do exército de Israel. Os combates pelo campo de Jabalia persistem encarniçados, mesmo com a presença massiva de civis no local.
Desde outubro de 2023 Israel já ceifou a vida de mais de 43 mil palestinos, a imensa maioria de civis. Estima-se que de cada três mortos, dois sejam mulheres e crianças, o que contradiz as alegações israelenses de que os seus alvos são apenas tropas do Hamas. Há também mais de 50 mil desaparecidos e 102 mil feridos do lado palestino.
Crise de alistamento compromete efetivos de guerra de Israel
Em decorrência do prolongar da guerra, o exército de Israel passa por uma forte crise de alistamento e vê dificuldades reais para repor números de soldados mortos, feridos e desertores. Tel Aviv diz precisar de mais 10 mil soldados para manter sua dupla ofensiva ao Líbano e à Faixa de Gaza, mas tem capacidade de recrutar apenas mais 3 mil até o final do ano.
Grande parte da dificuldade está em recrutar judeus ultra ortodoxos e Haredi, grupos que se opõem à guerra por motivos religiosos e culturais. Porém grande parte da população secular também se opõem a continuidade da guerra e é contra novos alistamentos.
Isto se vê no baixo comparecimento de tropas de reservistas aos seus postos de combate. Atualmente apenas 75% dos soldados israelenses pertencentes a unidades de reserva têm se apresentado para o serviço, contra 100% de comparecimento no final do ano passado. Segundo o jornal do monopólio de imprensa Times of Israel, isto se deve a uma extenuação dos combatentes pelo prolongamento da guerra que contribui para o sentimento generalizado de que o Estado Maior falhou em cumprir os objetivos estratégicos que foram estabelecidos.