O Hamas não vai se desarmar como parte das negociações de cessar-fogo, informou a organização de Resistência em reposta a uma provocação dos sionistas transmitida na imprensa israelense ontem (19/2). Os representantes do Estado sionista querem que o desarmamento seja uma condição da segunda fase de negociações do acordo para troca de prisioneiros em Gaza, algo contrário aos interesses do povo palestino, que apoia em massa a luta armada por libertação nacional.
‘Guerra psicológica ridícula’
O porta-voz do Hamas, Hazem Qassem, descreveu as condições de Israel como uma “guerra psicológica ridícula”.
Ele afirmou que a resistência não se retirará de Gaza nem se desarmará e enfatizou que quaisquer acordos futuros para a Faixa devem ser alcançados por meio de consenso nacional, segundo o portal Palestine Chronicle.
Além disso, em um discurso televisionado na terça-feira, o líder do Hamas, Khalil al-Hayya, declarou que o movimento está preparado para implementar a segunda fase, que inclui um cessar-fogo total e a retirada das forças israelenses.
Al-Hayya reiterou que a resistência concordou em entregar quatro corpos no dia 21/2 e seis prisioneiros no sábado, marcando a conclusão da primeira fase do acordo de cessar-fogo.
Operações militares
A proposta sionista foi anunciada pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, segundo Israeli Broadcasting Corporation (KAN). A emissora também informou que as discussões começarão com a chegada do enviado do EUA Steve Witkoff a Israel.
Ao mesmo tempo, a reportagem sionista indicou que as autoridades israelenses estão se preparando para retomar as operações militares, justificando o fato com “a incerteza sobre o sucesso da segunda fase”. Netanyahu teria instruído seus ministros a evitar vazamentos, enfatizando que ele não quer prejudicar os esforços para recuperar os israelenses detidos.
Além disso, o canal israelense observou que o ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, liderará as negociações para a segunda fase do acordo de cessar-fogo, substituindo o chefe do Mossad, David Barnea.
Apoio do povo palestino
Uma pesquisa conduzida pelo Centro de Palestino de Políticas e Pesquisa (PSR) em julho de 2024 mostrou que o apoio à luta armada na Palestina cresceu em 8 pontos percentuais desde o último levantamento, feito três meses antes. Com o aumento, a taxa atingiu 54%.
A pesquisa também averiguou que ⅔ do povo palestino acredita que o lançamento da Operação Dilúvio de Al-Aqsa foi uma decisão correta.
Simultaneamente, o apoio ao Hamas, grupo que integra a Resistência Nacional Palestina, era 40%, enquanto o Fatah, grupo conhecido pela capitulação à luta armada (na maioria do partido), só tinha apoio de 20% dos entrevistados.
Uma outra pesquisa, feita em setembro de 2024 pelo mesmo instituto, averiguou o apoio do povo palestino aos países e grupos regionais. Aqueles que tinham mais apoio eram os que estavam ostensivamente engajados na luta armada em apoio ao povo palestino, com o Iêmen na liderança (69%), seguido pelo Hezbollah (44%) e Irã (33%).