Henry Kissinger: Inimigo dos povos árabes e demais povos oprimidos do mundo

No atual momento do mundo, em que os povos árabes levantam-se em solidariedade à Palestina em guerra e contra a dominação ianque no Oriente Médio, é proveitoso retomar o nefasto papel de Kissinger também naquela região.
Henry Kissinger, convicto sionista e financiador do Estado invasor de Israel. Foto: Avi Ohayon/GPO

Henry Kissinger: Inimigo dos povos árabes e demais povos oprimidos do mundo

No atual momento do mundo, em que os povos árabes levantam-se em solidariedade à Palestina em guerra e contra a dominação ianque no Oriente Médio, é proveitoso retomar o nefasto papel de Kissinger também naquela região.

A morte de Henry Kissinger no dia 29 de novembro de 2023 foi celebrada em uníssono pelas massas populares e povos oprimidos de todo o mundo. A euforia não foi sem razão: o ex-diplomata do Estados Unidos (USA) foi responsável por promover a expansão do domínio ianque pelo mundo, na época em que o imperialismo norte-americano consolidou-se como superpotência hegemônica única, e conduzir marcantes atrocidades contra os povos do mundo, desde massacres no Camboja até regimes militares na América Latina. No atual momento do mundo, em que os povos árabes levantam-se em solidariedade à Palestina em guerra e contra a dominação ianque no Oriente Médio, é proveitoso retomar o papel de Kissinger também naquela região, e das tentativas do finado reacionário de consolidar o domínio ianque na região, agora mais golpeado que nunca.

No Oriente Médio, a atuação de Kissinger foi responsável por ampliar a  agressão contra os povos oprimidos. Os povos palestino, iraquiano e mesmo os curdos foram vítimas de sua atuação nefasta. Por outro lado, o sionismo, hoje a principal ponta de lança do Estados Unidos no Oriente Médio, cão feroz contra os povos árabes, foi agraciado por Kissinger com aumentos significativos no apoio ianque ao Estado de Israel.

Concretamente, Kissinger endossou a política externa ianque de agressão aos países oprimidos sob a contrapropaganda de “guerra ao terror”, articulou o maior movimento de envio de armas para o Estado sionista de Israel, conhecido por “Operacao Nickel Grass” e foi um dos responsáveis pela articulação dos “Acordos de Paz de Oslo”, negociação entre o Estado sionista de Israel e organizações capituladoras da palestina.

Kissinger, os curdos e o Iraque

No objetivo de ampliar a presença ianque no Oriente Médio, Kissinger utilizou as aspirações do povo curdo para semear divisões entre os povos árabes e usá-los como bucha de canhão do imperialismo ianque contra o Iraque, e os abandonou na iminência do conflito. Em 1972, os ianques forneceram ajuda militar aos curdos, que à época já disputavam o controle territorial de parte do Iraque, fazendo crer que o USA estaria apoiando a sua “independência”. Na realidade, o interesse ianque na região era disputar a influência do social-imperialismo soviético no Oriente Médio e mitigar qualquer movimento de caráter nacional. Em 1975, na iminência do recrudescimento do conflito entre os curdos e o Iraque, o USA abandonou a “ajuda”. Sobre isso,  Kissinger declarou que “o trabalho secreto não pode ser confundido com trabalho missionário”. 

Apesar de Kissinger ter oficialmente se aposentado de sua atuação pública em 1977, o reacionário fundou logo depois a Kissinger Associates, empresa de consultoria “geopolítica” que seguiu formando “diplomatas” obstinados em dar prosseguimento à política externa genocida do imperialismo ianque.

A isso se soma sua notória influência que nunca cessou nas decisões políticas do USA. Até um ano antes de sua morte, Kissinger ainda realizava viagens e conversas com imperialistas de todo o mundo. Na década de 1990, Kissinger teve grande influência na “guerra ao terror” levada a cabo pelo USA, com as criminosas invasões ao Iraque, Afeganistão, Líbia, dentre outros países do Oriente Médio, ademais de sua histórica atuação direta no genocídio do povo palestino com seu suporte ao Estado sionista de Israel.

Operação Nickel Grass e o impulsionamento da máquina de guerra sionista

O Estado sionista de Israel ao ser estabelecido, além de representar agressão direta ao povo Palestino, também violou a soberania de países vizinhos, como Egito e Síria, que tiveram parte de seus territórios anexados por Israel com violentas invasões e bombardeios. Tal situação levantou um amplo rechaço ao Estado invasor e levou tais países a responder essa agressão, junto à Resistência Palestina. O conflito ficou conhecido como Yom Kippur. 

Diante desse cenário, Kissinger articulou a maior operação de envio de armas da história. Para o envio, Kissinger orientou “tudo que pudesse transportar armas” a carregarem os equipamentos do USA para Israel. Foram toneladas de armas, mísseis e até tanques de guerra enviados para o Estado sionista, base do poderoso arsenal utilizado pelos sionistas contra Damasco, capital da Síria. O bombardeio de Israel contra os sírios foi responsável pelo assassinato de milhares de civis e anexação de parte do território nacional. Com o mesmo arsenal, Israel ampliou o genocídio e domínio sobre o povo e território palestinos e também do Egito.

Acordos de Paz de Oslo e a capitulação

Kissinger, enquanto convicto sionista, além de ter sido responsável pelo envio de um gigante arsenal bélico para o Estado invasor de Israel, também articulou pela capitulação das forças vacilantes da Nação palestina nos Acordos de Paz de Oslo de 1993. A negociação foi responsável pela articulação da falsa solução dos “dois Estados” e o estabelecimento da ilegítima Autoridade Palestina, cada vez mais desmascarada e rechaçada pelo povo palestino. O acordo, além de não ter sido seguido por todas as organizações palestinas, foi desde a época em que foi estabelecido rechaçado pelo povo palestino por todo o mundo. Já em 1994, o intelectual palestino-estadunidense Edward Said descreveu a negociação como “uma decepção tremenda, [que] expressa mais capitulação do lado palestino do que uma conquista”. Kissinger também contribuiu para a capitulação de países vizinhos frente a Israel e sua aproximação crescente com o Estado sionista, tudo na tentativa de isolar crescentemente a Resistência Nacional Palestina.

No ano de sua morte, é evidente que os planos de Kissinger falharam. A sua atuação de décadas para minar a Resistência Nacional Palestina, as lutas nacionais dos povos árabes e fortalecer o Estado sionista de Israel não lograram. Hoje, o Estado sionista de Israel afoga dia após dia nas estradas de Gaza, em uma incursão terrestre derrotada lançada após a maior operação da Resistência Palestina. O Estado sionista está crescentemente isolado politicamente, e as aproximações com países árabes montadas há décadas e culminadas com os “Acordos de Abrãao” se vêem ameaçadas pelos levantes das massas populares desses mesmos países, contrários às aproximações com Israel. Kissinger foi derrotado, e expressa com isso o caminho que será seguido por todos seus herdeiros e similares.

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