Milhares de cidadãos libaneses se reuniram no sábado em uma manifestação convocada pelo Hezbollah na antiga estrada que leva ao Aeroporto Internacional de Beirute, em protesto contra as violações da soberania libanesa por parte de Israel e em rejeição à submissão às ameaças israelenses.
O vice-chefe do Conselho Político do Hezbollah, Mahmoud Qamati, reafirmou sua oposição ao fato de o Líbano estar sob controle norte-americano, declarando: “Somos pacientes, mas a paciência tem limites”.
Thousands of Lebanese citizens have gathered in a sit-in called for by Hezbollah on Saturday on the old road leading to Beirut International Airport in protest against the Israeli enemy's violations of Lebanese sovereignty and in rejection of submitting to Israeli threats. pic.twitter.com/p2DZlMBvqQ
— The Palestine Chronicle (@PalestineChron) February 15, 2025
Falando do protesto, Qamati observou: “O Estado continua a sofrer com os ditames norte-americanos e não aceitaremos que este país esteja sob a influência dos Estados Unidos e de Israel”.
Nos últimos dois dias, protestos já haviam eclodido na estrada do aeroporto de Beirute em resposta à recusa em permitir que o avião iraniano Mahan Air aterrissasse na última quinta-feira, deixando cidadãos libaneses presos no Irã.
“Impedir a aterrissagem de aeronaves iranianas no aeroporto de Beirute é uma afronta ao Estado libanês e destaca a imposição de ditames americanos no país”, enfatizou Qamati, acrescentando que o Hezbollah ‘não aceitará ditames estrangeiros’ e ressaltando que ‘o Irã é um país amigo’.
Dirigindo-se aos políticos libaneses, ele disse: “Se vocês decidirem se submeter, o povo da resistência rejeita as políticas de humilhação americanas e israelenses, e nós não as aceitaremos”.
Qamati também reiterou que “a resistência continuará a garantir a retirada do inimigo do sul e não aceitará nenhuma posição oficial que permita que o inimigo permaneça em nossa terra”.
Enquanto Qamati fazia seu discurso, o exército libanês começou a lançar gás lacrimogêneo contra os manifestantes na estrada do aeroporto em Beirute. Tiros também puderam ser ouvidos durante a manifestação.
Vários casos de desmaio foram relatados entre os manifestantes devido ao gás lacrimogêneo, e ambulâncias foram enviadas para transportar alguns dos afetados.
Salam: Aplicação rigorosa da lei
Enquanto isso, o primeiro-ministro libanês, Nawaf Salam, declarou do Palácio Baabda que havia discutido com o presidente Joseph Aoun “a questão da aplicação rigorosa da lei e a prisão e julgamento dos responsáveis por prejudicar a segurança nos últimos dois dias, sem clemência”.
“A liberdade de expressão é garantida, mas atacar a propriedade pública é totalmente diferente”, disse Salam, acrescentando: ‘A UNIFIL é um fator de estabilização no sul, e contamos com ela, e atacá-la é um crime contra o Líbano’.
Ele também observou: “Estamos em comunicação com nossa missão no Irã, e o que importa para nós é garantir o retorno dos cidadãos libaneses de lá”, enfatizando que “a segurança do Aeroporto de Beirute é uma prioridade máxima” e que “não toleraremos nenhum problema relacionado a ele”.