A Agência Nacional de Investigação (ANI) da Índia deteve, no dia 13 de agosto, a Murali Kannampilly, acusado de ser o dirigente comunista indiano Ajith. A prisão ocorreu depois de uma invasão residencial na casa de Kannampilly em Kochi, no estado de Kerala. Segundo a polícia, documentos foram recuperados, mas há dúvidas, uma vez que a ANI é acusada de ter um histórico de falsificação de provas e detenções ilegais.
Os policiais chegaram na casa ainda de manhã, arrombaram a porta da residência e iniciaram as buscas. Kannampilly de imediato exigiu seus direitos democráticos e a presença de seu advogado, o que foi negado pela ANI. As buscas seguiram até a tarde e, por fim, Kannampilly foi levado sob custódia.
As buscas estão sendo feitas como parte de investigações em torno de Sanjoy Deepak Rao, suposto membro do Comitê Central do PCI (Maoista) e do Comitê Zonal Especial do Gates Oriental, preso em setembro do ano passado. Ao todo, 23 indivíduos foram acusados como parte das investigações, que inicialmente eram feitas pela polícia, mas foram assumidas pela NIA.
A polícia prosseguirá com interrogatórios e há chances de prisão. Essa é a segunda vez que Kannampilly é alvo das forças de repressão em um caso ligado aos comunistas do Partido Comunista da Índia (Maoista). Em 2015, ele foi preso em Maharashtra e foi solto sob fiança quatro anos depois.
No período que ficou preso, Kannampilly recebeu ampla solidariedade internacional. Intelectuais como o linguista Noam Chosmky, o cientista político Partha Chatterjee e a filósofa Gayatri Spivak tomaram parte na campanha. A conferência feita por Kannampilly em Kerala após sua libertação reuniu muitas pessoas, dentre ativistas, progressistas e juízes aposentados, para as quais ele denunciou as violações de direitos na prisão, como espancamentos e negação de atendimento médico.