Um homem abriu fogo contra a Embaixada do Estados Unidos (USA) em Beirute, capital do Líbano, nessa quarta-feira. Ele atingiu um guarda antes de ser alvejado por tiros e preso.
Ele foi identificado como um cidadão sírio e foi levado ao hospital. Segundo testemunhas, a troca de tiros durou quase trinta minutos até o homem ser alvejado. Uma foto nas redes sociais mostra um homem ensanguentado com uma blusa escrito “Estado Islâmico” em árabe, junto das iniciais IS. Ainda não há confirmação sobre as informações.
Tudo aponta para um ataque com motivações patrióticas e anti-imperialistas. Instalações do Estados Unidos são frequentemente atacadas no Oriente Médio pelo financiamento do USA ao Estado de Israel ou pelas próprias ocupações militares ou guerras de agressão travadas diretamente pelos ianques. A Síria, país de origem do atirador, é vítima de uma guerra imperialista liderada USA desde 2014. Ao menos 500 mil sírios foram mortos pelo USA e forças alinhadas na invasão ainda em curso. O país também é vítima de uma ocupação e ataques promovidos por Israel, financiado pelo USA.
Contexto explosivo
O ataque ocorre, ao mesmo tempo, no aniversário de um marco histórico no Líbano e em um contexto explosivo no Oriente Médio. O dia 5 de outubro marca o aniversário de um ataque a um anexo da Embaixada ianque no Líbano em 1984, que deixou 20 mortos. No ano anterior, 1983, um outro ataque à sede antiga da Embaixada, que ficava em Awkar, deixou 63 mortos. O USA responsabilizou o grupo da Resistência Libanesa, Hezbollah, por ambos.
Além disso, o Oriente Médio ainda está engolfado no cenário explosivo da regionalização da guerra antissionista, crescentemente alastrada desde o lançamento do Dilúvio de Al-Aqsa no dia 7 de outubro do ano passado. A contar da data da ofensiva tática palestina, prédios ligados ao Estado de Israel ou ao Estados Unidos, principal financiador da entidade sionista, passaram a ser atacados com mais frequência em países como o Líbano, Iraque, Irã e Jordânia, em mobilizações contra o genocídio do povo palestino e e a agressão ianque-sionista no Oriente Médio.
Tensões com o Hezbollah
Nos últimos dias, as tensões específicas entre o Líbano e Israel cresceram. O Hezbollah realizou no dia 3 de junho um surpreendente ataque com drones que incendiou grandes áreas no Norte de Israel, episódio que foi respondido por ameaças pelos ministros do sionismo. O chefe da pasta das Finanças, Bezalel Smotrich, chegou a falar que era hora de cumprir a promessa de enviar o Líbano de volta à “idade da pedra”. Hoje, Netanyahu voltou a tratar do tema e ameaçou uma resposta “extremamente poderosa” contra o país fronteiriço.
Nenhuma das ameaças impressionou os líderes do Hezbollah. O secretário-geral adjunto do grupo afirmou ao Al-Jazeera que “qualquer expansão israelense da guerra contra o Líbano será enfrentada com devastação, destruição e deslocamento em Israel”.