Manifestantes protestam contra desvio de fundos pelo velho Estado que deveriam ter sido direcionados ao combate do coronavírus. Foto: AFP
Grandes manifestações aconteceram nos dias 11 e 15 de setembro na capital de Honduras, Tegucigalpa, contra o desvio de fundos pelo velho Estado que deveriam ter sido direcionados ao combate do coronavírus durante a pandemia, condenando o povo à morte pela doença. As manifestações foram duramente reprimidas pela polícia reacionária.
No dia 15 de setembro cerca de 1 mil manifestantes haviam se reunido no parque central da capital, no 199º aniversário da “independência” da América Central, quando foram reprimidos por dezenas de policiais de Choque com bombas de gás lacrimogêneo e caminhões que lançavam jatos de água.
Protegidos por escudos, a polícia avançou em direção aos manifestantes que se refugiavam entre os edifícios e contra-atacavam com pedras, deixando seis manifestantes feridos.
Também, no dia 11 de setembro, milhares de hondurenhos marcharam em protesto na Suyapa Boulevard, no leste da capital, contando com grande presença de médicos e educadores, grupos que sofreram muitos ataques em 2019 com as contrarreformas antipovo levadas a cabo pelo governo de turno que retiraram direitos e fundos das áreas da Saúde e Educação.
Onde está o dinheiro da pandemia?
“Onde está o dinheiro da pandemia?”, diziam os cartazes e faixas das massas em revolta no dia 15 de setembro. O governo havia enunciado em um canal de rádio e televisão alguns dias antes que havia recebido empréstimos de “organizações financeiras internacionais” no valor de 997,7 milhões de dólares, dos quais havia executado 599,5 milhões até 31 de agosto, durante a emergência que começou em março.
Apesar disso, o próprio velho Estado admitiu o saque de fundos públicos através da compra de materiais, equipamentos e sete hospitais móveis a preços excessivos, dos quais apenas dois ficaram prontos e ainda não estão funcionando.
Idosa bate em uma pinhata de um rato com a bandeira de Honduras durante as manifestações. Foto: AFP.