Polícia reprime manifestantes durante protesto. Foto: AFP
Centenas de manifestantes que protestavam exigindo a saída do presidente hondurenho Juan Orlando Hernández foram reprimidos em Tecucigalpa, capital do país, na última semana, dia 9 de outubro, por dezenas de policiais que os atacaram com gás lacrimogêneo. O estopim para o protesto foi a acusação feita em um tribunal de Manhattan segundo a qual o presidente recebeu dinheiro do tráfico de drogas para suas campanhas presidenciais.
Cerca de mil manifestantes se reuniram no parque central da cidade e, durante a manifestação, convidaram os motoristas próximos para buzinar em demonstração de seu descontentamento com o governo. O trânsito ficou lento porque cada veículo parou para gritar Fora JOH! (iniciais do nome do presidente) e cumprimentar os manifestantes.
Entre os manifestantes estavam estudantes, professores, donas de casa e camponeses, que, no dia anterior, tinham realizado uma concentração no centro de Tecucigalpa sob a mesma demanda.
A polícia, nervosa com o apoio popular aos manifestantes, começou a exercer pressão ao ameaçar com o confisco de licenças dos motoristas que paravam nas proximidades do parque para apoiar o ato.
Em um dado momento do protesto, a polícia começou a empurrar as mulheres com seus escudos para dispersá-las do local. Houve inclusive agressão verbal contra elas: “Por que não procuram o marido em casa?”, disseram os agentes de repressão.
Uma bomba de gás lacrimogêneo se partiu em dois e pegou fogo, provocando mais indignação entre os manifestantes. Mais seis bombas foram ouvidas. As pessoas saíram do local por causa do forte impacto causado pelo gás. Os manifestantes atiraram pedras e outros objetos para se defender da agressão policial.
“Não há bandeira grande o suficiente para cobrir a vergonha de ter matado pessoas inocentes”, diz a bandeira do USA, virada, levada por um manifestante Foto: AFP