Centenas de milhares de manifestantes foram às ruas na Hungria contra a reeleição do arquirreacionário Viktor Orban para o governo do país, durante o mês de abril, na capital Budapeste e em outras cidades. Orban, em seu terceiro mandato como primeiro-ministro, é abertamente contra os imigrantes e é frequentemente acusado de censurar a imprensa.
O primeiro grande protesto contou com 100 mil pessoas em Budapeste, no dia 14 de abril. De lá para cá, mais protestos têm ocorrido por todo o país, com maior relevo ao realizado no dia 21 de abril. Nesse dia, mais de 30 mil pessoas protestaram na capital.
Orban, seu partido populista e chauvinista Fidesz e seu governo arquirreacionário, com posições fascistas, são conhecidos por corrupção e, especialmente, por opressão. Viktor Orban fora acusado de praticar censura à imprensa local e utilizá-la como ferramenta de propaganda nessa disputa eleitoral. Momentos antes das eleições, Orban declarou que, quando vencesse, trataria de dar uma lição aqueles que se opõe a seu governo por meios “moral, políticos e legais”.
Segundo manifestantes entrevistados pelo monopólio da imprensa durante manifestação em Budapeste, no dia 21/04, Orban ganhou as eleições grande parte devido a censura imposta à imprensa. “Nosso objetivo principal é desmantelar o controle do Fidesz sobre a imprensa pública”, disse um manifestante.
Retórica anti-imigrante
A maioria das pessoas que protestam contra este novo governo com ingredientes fascistas são jovens, e muitas delas têm ilusões sobre a “União Europeia” e a chamada “democracia burguesa” como via para contrapor o nacionalismo chauvinista, o que, apesar de não dar soluções adequadas aos problemas do país, não torna menos legítimo.
O governo de Orban apoia-se, grande parte, na retórica anti-imigração para atiçar o chauvinismo e angariar a base social para apoiá-lo em meio a esse caldo de cultura de tipo fascista.
Toda sua propaganda arquirreacionária tem um eco no seio das massas populares, que receiam um retorno à crise econômica. A Hungria passou por um colapso econômico em 2010, fruto do impacto da crise econômica do imperialismo de 2008. Naquele ano, mais de 1 milhão de pessoas estavam desempregadas na Hungria – um país com 9 milhões de habitantes. Esse temor é manipulado pelo governo arquirreacionário que, utilizando-se de ingredientes fascistas, atiça as massas nativas contra o fantasma dos imigrantes, acusando-os de serem potenciais “ladrões de empregos”.