A mídia israelense informou na sexta-feira que houve um incêndio na cidade de Tamra, localizada na parte norte dos territórios palestinos ocupados, depois que estilhaços de um míssil interceptador caíram na área.
De acordo com um porta-voz do exército israelense, as sirenes de ataque aéreo foram acionadas em várias regiões após a detecção de um míssil lançado do Iêmen.
Mais cedo naquele dia, as Forças Armadas do Iêmen, afiliadas ao movimento Ansarallah, anunciaram que haviam lançado com sucesso um míssil balístico hipersônico – apelidado de “Palestina 2” – que tinha como alvo a Base Aérea de Ramat David, situada a leste da cidade ocupada de Haifa.
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— Suppressed News. (@SuppressedNws) May 2, 2025
Missile sirens activated in Haifa and surrounding areas in “Israel”. Missiles fired from Yemen. pic.twitter.com/vFvFboen7c
O general de brigada Yahya Saree, porta-voz das Forças Armadas do Iêmen, confirmou em um comunicado que o míssil atingiu seu alvo com precisão, contornando os sistemas de defesa aérea israelenses.
Ele descreveu a operação como uma resposta direta ao genocídio em curso em Gaza, que o Iêmen atribui às forças israelenses com total apoio dos Estados Unidos.
Saree ressaltou o apoio contínuo do Iêmen à resistência palestina e prometeu manter as operações militares até que a agressão termine e o bloqueio a Gaza seja suspenso.
“Esse ataque faz parte da nossa firme posição de apoio ao povo palestino oprimido e aos seus combatentes da resistência”, declarou.
Alarme regional
O ataque com mísseis provocou uma preocupação generalizada no norte de Israel. A mídia israelense informou que as sirenes de ataque aéreo foram ativadas em mais de 250 locais, incluindo Haifa, al-Nasirah, Afula e Wadi Ara, em meio a temores de novos ataques.
A escalada ocorre em meio a uma onda de ataques aéreos liderados pelos EUA no Iêmen.
O Ministério da Justiça em Sanaa informou que mais de 1.300 civis foram mortos ou feridos nas últimas semanas, incluindo muitas mulheres e crianças.
Os Estados Unidos foram acusados de cometer crimes de guerra, principalmente depois de um ataque a um centro de detenção de migrantes em Saada que envolveu o uso de uma bomba GBU-39 – uma arma internacionalmente proibida conhecida por seu impacto devastador.
O governo do Iêmen também condenou o novo papel militar do Reino Unido no conflito. Em uma declaração na terça-feira, ele alertou Londres sobre as “graves consequências” de sua participação no que chamou de “trio do mal” – EUA, Reino Unido e Israel – e prometeu resistir à agressão “com toda a sua força”.
Enquanto isso, Washington tem procurado restringir as informações públicas sobre suas operações militares no Iêmen, alegando “segurança operacional”.
Desde meados de março de 2025, o Comando Central dos EUA realizou mais de 800 ataques em todo o país, muitos deles visando a infraestrutura civil. Embora reconheçam que os ataques tiveram “efeitos letais”, os EUA não forneceram nenhum detalhe sobre as vítimas civis.
Al-Houthi: EUA buscam dividir a Ummah
Na quinta-feira, o líder do movimento Ansarallah do Iêmen, Sayyed Abdul Malik al-Houthi, fez um discurso marcando o aniversário do “Sarkha” (O Grito), durante o qual elogiou a resiliência e a surpresa tática dos combatentes da resistência de Gaza.
Ele também elogiou a resistência libanesa por seu papel em impedir os avanços israelenses.
Al-Houthi afirmou que a agressão dos EUA contra o Iêmen faz parte de uma campanha mais ampla para desmantelar a nação islâmica (Ummah), em alinhamento com os objetivos sionistas.
Ele classificou as ações militares lideradas pelos Estados Unidos e por Israel como parte de um ataque abrangente que visa subjugar a região e enfraquecer sua unidade.