Massas iemenitas tomaram as ruas em diversas províncias do país contra a guerra de agressão apoiada pelo USA e Inglaterra e encabeçada pela Arábia Saudita. Foto: Almasirah
No dia 26 de fevereiro, milhares de pessoas tomaram as ruas de diversas cidades do Iêmen para protestar contra o bloqueio e as agressões feitas pela coalizão encabeçada pela Arábia Saudita, que já duram 6 anos. Além de rechaçar o cerco assassino que, com o apoio do Estados Unidos (USA), impede o acesso do povo a comida e medicamentos, as massas também denunciaram o fechamento do aeroporto internacional da cidade.
As manifestações, organizadas sob o nome de “O cerco da coalizão de agressão está matando o povo iemenita”, se concentraram na capital Saná, mas houve protestos também na cidade portuária de Hudaydah; na província de Hajjah, no norte do país; na província de Dhale, ao sul; na província montanhosa de Sa’ada, no noroeste; na província norte de al-Jawf, bem como na província sudoeste de Ibb.
Em vídeos divulgados das marchas e comícios do dia 26/02, são entoadas palavras de ordem e exibidos cartazes contra o apoio do imperialismo ianque e do sionismo à coalizão. Na província de Dhamar, no sudeste do país, manifestantes protestaram contra o escritório da “Organização das Nações Unidas” (ONU), acusando-a de ser conivente com o cerco brutal.
“Condenamos e denunciamos o cerco que perdura em nosso país há seis anos. Condenamos a postura das Nações Unidas e incriminamos as Nações Unidas, que é parceira dos que nos bloqueiam e matam, e dizemos às Nações Unidas para se envergonharem por beber o sangue de crianças e mulheres iemenitas” declarou Ali Al-Matari, um dos manifestantes ouvidos pela agência.
“Todos os setores emitiram um pedido de socorro de que estão impossibilitados de trabalhar por falta de derivados de petróleo. Portanto, aqui temos a coalizão de agressão, liderada pelo Estados Unidos, assim como as Nações Unidas que participam desse bloqueio, totalmente responsáveis pelo que situação se transformou no passado e o que ela se tornará nos próximos dias”, disse Essam Al-Mutawakel, um porta-voz de uma empresa de petróleo.
O CINISMO DO IMPERIALISMO
Após sucessivas guerras que se iniciaram por disputas pelo controle da máquina de Estado entre diferentes grupos de poder, instigados por potências imperialistas, o imperialismo ianque, por meio da Arábia Saudita, promoveu uma intervenção no país. Com isso, apoiava o então presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi, lacaio da monarquia da Arábia Saudita, em oposição ao movimento popular e patriótico xiita Ansar Allah, mais conhecido como Houthi.
Em março de 2015, a Arábia Saudita, apoiada por vários de seus aliados regionais, lançou a guerra de agressão contra o Iêmen, com o objetivo de trazer o governo do ex-presidente, Al-Hadi. Desde então, o país é diariamente bombardeado pela coalizão comandada pelo USA, França, Inglaterra e Arábia Saudita.
No dia 1º de março a “Organização das Nações Unidas” (ONU) organizou uma arrecadação de fundos com o suposto fim de combater a fome no Iêmen, da qual a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, USA e Alemanha participaram e investiram cerca de 1,7 bilhões de dólares. Após seu fim, Mark Lowcock, chefe humanitário da ONU, afirmou: “Estamos em uma encruzilhada com o Iêmen. Podemos escolher o caminho da paz ou deixar que os iemenitas caiam na pior fome do mundo em décadas”.