O movimento anti-imperialista iemenita Ansarallah realizou nesta segunda-feira (21/4) uma série de ataques contra alvos no território ocupado por Israel e contra os dois porta-aviões dos Estados Unidos (EUA) responsáveis por mais de 30 ataques contra o povo iemenita no último final de semana.
Segundo o porta-voz das Forças Armadas do Iêmen, Yahya Saree, foram realizadas duas operações militares. “A primeira teve como alvo um local vital do inimigo ‘israelense’ na área ocupada de Ascalon com um drone tipo Yaffa. A segunda teve como alvo um local militar do inimigo ‘israelense’ na área de Umm al-Rashrash, no sul da Palestina ocupada, com um drone do tipo ‘Samad-1’”.
Em seguida, Saree anunciou que as Forças Aéreas iemenitas “realizaram duas operações militares qualitativas: A primeira foi executada pela força de mísseis e pela força aérea de drones contra o porta-aviões americano ‘Truman’ e os navios que o acompanhavam no norte do Mar Vermelho, usando dois mísseis de cruzeiro e dois drones.”
A segunda operação teve como alvo o USS Carl Vinson, recentemente desviado do Pacífico, usando três mísseis de cruzeiro e quatro drones. Esse é o segundo ataque reivindicado pelo Ansarallah ao navio, o primeiro aconteceu na última sexta-feira (18/4) como uma pronta retaliação ao covarde bombardeio promovido pelo imperialismo estadunidense contra os trabalhadores do porto de Hodeidah, na noite anterior.
O porta-voz do Ansarallah reintegrou que não deixarão de apoiar a luta de libertação do povo palestino, seguindo ativamente com seus ataques ao território ocupado pelo Estado de Israel. Para os iemenitas, o apoio à Resistência Palestina é inseparável da necessidade de dar combate às forças do imperialismo ianque. De tal forma, o movimento iemenita negou no último dia 7 de abril uma proposta de cessar-fogo com os EUA, afirmando que continuarão com os ataques enquanto a presença imperialista e os ataques ao povo de Gaza continuam.
De acordo com o jornal iemenita Al-Thawra, o marechal de campo iemenita Mahdi al-Mashat, chefe do Conselho Político Supremo, afirmou que o povo iemenita se recusa em negociar sua dignidade e não aceitará qualquer chantagem e “enquanto a agressão à Gaza seguir, a batalha no Mar Vermelho vai continuar.”
Os imperialistas dos EUA se expõem a cada ataque
De acordo com Al-Mashat, o USS Harry Truman, descrito pelos propagandistas dos EUA no monopólio de imprensa como uma “cidade no mar”, enviado em março para agredir o povo iemenita foi rapidamente, foi rapidamente colocado fora de combate pelos sucessivos ataques com mísseis balísticos. Atualmente, o porta-aviões Truman está em manutenção, servindo apenas como ponto de apoio, segundo informações da inteligência iemenita.
Segundo uma reportagem do monopólio de imprensa ianque CNN, o custo da campanha de agressão dos EUA ao povo iemenita atingiu aproximadamente US$ 1 bilhão em menos de três semanas, sem que nenhum objetivo tangível tenha sido atingido, lembrou o Al-Thawra. O New York Times chegou a afirmar que o Departamento de Defesa ianque gastou mais de 200 milhões de dólares em munições em um curto período.
O fato é que quanto mais os EUA se dedicam em atacar deliberadamente o povo iemenita, na vã tentativa de fazer retroceder seu apoio ao povo palestino em luta, maior a exposição de seus modernos equipamentos aos iminentes bombardeios iemenitas.
Outro fator importante é a capacidade que o Ansarallah vem apresentando de desenvolver seu equipamento de defesa antiaérea. De acordo com um relatório apresentado pelo Al-Thawra, as Forças Armadas do Iêmen derrubaram um total de 24 drones MQ-9 dos EUA desde o período denominado de “agressão saudita-americana”.
O primeiro drone americano foi abatido em Saada em outubro de 2017, sendo o segundo abatido em junho de 2019, seguido de outro em agosto do mesmo ano. O quarto drone interceptado pelos iemenitas em março de 2021.
Contudo, após o início da campanha de solidariedade ao povo palestino, 20 drones MQ-9 Reaper, utilizado para operações de reconhecimento, vigilância e ataque, foram abatidos pelas Forças Armadas do Iêmen. Destes, ao menos seis drones foram abatidos desde março, sendo o quinto desde que a Marinha ianque retomou sua campanha de agressão. Cada drone MQ-9 tem um custo de produção estimado em US$ 30 milhões, levando a dos que chegam a US$ 180 milhões em menos dois meses
De acordo com Al-Mashat, o sucesso defensivo iemenita se dá na combinação de seu complexo sistema de inteligência militar junto à condenação de qualquer pessoa comprovadamente envolvida em traição, agradecendo a vigilância demonstrada pelo povo iemenita. A combinação desses fatores está levando ao que foi chamada de “crise de inteligência” dos EUA, que têm tornado os ataques iemenitas às bases imperialistas impossíveis de serem calculadas para as forças armadas dos EUA e da Inglaterra, também envolvida na agressão.
Enquanto o povo iemenita e seu governo elevam sua vigilância patriótica, o Secretário de Defesa dos EUA e Chefe do Pentágono, Peter Hegseth, chegou a compartilhar detalhes de uma operação militar contra o povo iemenita em um grupo privado com seu pai, esposa e advogado. A esposa de Hegseth é ex-produtora da Fox News.
Povo do Iêmen mobilizado contra ameaças imperialistas
Uma multidão de dois milhões de pessoas se concentrou na capital iemenita Sanaã para declarar sua prontidão em enfrentar a escalada dos bombardeios norte-americanos e da agressão sionista contra o povo palestino. Com gritos de “Firme, firme, a resposta do povo aos ataques!” e “Não importa os sacrifícios, humilhação nunca, nunca”, as massas iemenitas reafirmaram seu desejo de lutar pela libertação total de sua pátria e do povo palestino. As imagens impressionantes mostram milhões de pessoas reunidas, com grandes bandeiras palestinas e iemenitas firmemente estendidas.
⚡️📹 #YEMEN – The revolution continues – A major public march in Al-Sabeen Square in the capital, #Sanaa, under the slogan
— Middle East Observer (@ME_Observer_) December 29, 2023
“With you until victory, and the Americans will not stop us” pic.twitter.com/UjquCekA65
Al-Mashat ressaltou que no interior do país os grupos tribais estão se dedicando a desenvolver um código de honra para se manter vigilantes de qualquer forma de traição, garantindo que no país a pena de morte está estipulada para casos confirmados.
Atualmente o Iêmen está se preparando para uma possível invasão terrestre com mais de 80.000 soldados a partir do sul do país, com o apoio ativo das monarquias lacaias saudita e dos Emirados Árabes Unidos, com o apoio ativo da petrolífera inglesa Shell. Nesse contexto, a mobilização ativa das milhões de massas iemenitas promete tornar o território norte, densamente montanhoso, com sua capital a mais de 2.200 metros do nível do mar, um verdadeiro “pântano”, conforme as palavras das lideranças do Ansarallah. Nesse aspecto, um ataque imperialista por terra, poderá significar o prelúdio para a tomada do poder em todo o território iemenita.