Iêmen: Tropas do governo reacionário aniquiladas por resistentes

O Houthi não se intimidou com a designação de "terrorista" dada pelos ianques e prossegue operando no Mar Vermelho.

Iêmen: Tropas do governo reacionário aniquiladas por resistentes

Combatentes do Houthi em Sanaa, janeiro de 2017. Foto: Mohammed Huwais/AFP

Nos dias 15, 16 e 17 de junho, nas províncias de Hays e Taiz, os combatentes do Houthi, principal força da luta patriótica no Iêmen, realizaram uma sequência de ações armadas contra as forças de repressão do governo de coalizão liderado pela Arábia Saudita e, principalmente, o imperialismo ianque. Nove soldados foram aniquilados e 17 ficaram feridos. Dias depois, em Shabwa e Abyan, a Al-Qaeda da Península Arábica (AQPA) também realizou ações armadas contra os militares da coalizão.

Os combatentes do Houthi realizaram diferentes ações com o uso de armamentos médios e pesados e drones equipados com explosivos. As ações fazem parte da luta patriótica do povo iemenita contra a presença de interesses imperialistas no país, principalmente do imperialismo ianque, que atua por meio da coalizão “liderada” pela Arábia Saudita. 

Já em Shabwa e Abyan, 10 tropas de militares da coalizão foram abatidos por um ataque provavelmente liderado pela AQPA. Na província de Abyan, durante uma emboscada noturna, um comboio de militares apoiados pela coalizão liderada pela Arábia Saudita foi explodido por um explosivo deixado na estrada pelos insurgentes. Já na província de Shabwa, no dia 22/06, mais cinco tropas dos militares foram abatidas por um ataque a uma unidade militar em um posto de controle da cidade de Ateq, sul da província.

Desde 2017, a AQPA foi alvo de uma campanha militar das forças militares apoiadas pela coalizão “liderada” pela Arábia Saudita, além de um aumento das operações militares do imperialismo ianque durante o início da gestão do ultrarreacionário Donald Trump (política continuada pela gestão genocida de Joe Biden). Desde 2019, contudo, a AQPA busca sua reorganização após os duros golpes sofridos, mobilizando ataques contra o imperialismo ianque, seja diretamente às tropas do Estados Unidos, seja às tropas da coalizão na qual o USA exerce hegemonia.

A Resistência Nacional no Iêmen

Os Houthi compõem parte das forças patrióticas que atualmente existem no Iêmen, conduzindo a luta de resistência nacional contra a coalizão “liderada” pela Arábia Saudita, hegemonizada pelo principal inimigo do povo iêmenita, o imperialismo ianque. Atualmente, os Houthi, principal força atuante na luta patriótica iêmenita, controlam a maior parte do norte do Iêmen e, desde 2014, quando expulsaram o presidente Abd-Rabbu Mansur Hadi do país, detêm controle da capital do país, Sanaa. A AQPA, por outro lado, não exerce controle definitivo sobre nenhuma área do país, mas possui diversas áreas de influência espalhadas pelo território.

A coalizão “liderada” pela Arábia Saudita foi formada em 2015, após o presidente do Iêmen, Abd-Rabbu Mansur Hadi, fugir para a Arábia Saudita em 2014, expulso pelos Houthi. A coalizão, liderada em aparência pela Arábia Saudita, funciona como bastião do imperialismo ianque na região, força hegemônica na aliança e principal inimigo das forças patrióticas do Iêmen, destacadamente os Houthi. O Iêmen é um território de significativo interesse para o imperialismo ianque e para a monarquia burocrática saudita, tanto pelas reservas de petróleo do país quanto pela posição estratégica para o estreito de Babelmândebe, que conecta o mar Vermelho ao Oceano Índico.

Desde a expulsão de Hadi da Arábia Saudita e como resultado da conquista de territórios pelos insurgentes e da agudização da luta de classes no país, expressa principalmente na contradição nação oprimida versus imperialismo, a atuação dos grupos de resistência nacional do Iêmen cresceram significamente, expressamente os Houthi e a AQPA. Contudo, a atuação independente dos grupos, apesar do inimigo principal em comum, evidencia a natureza sectária dos movimentos, bem como a falta de uma política de Frente Única no país, que una as diferentes forças patrióticas, somente possível através da direção do proletariado revolucionário, de forma que o combate ao imperialismo ianque e suas frentes de atuação, como a coalizão “liderada” pela Arábia Saudita, seja realizada mobilizando a totalidade da nação.

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