Imperialismo ianque aprofunda presença militar na América Latina após tensão na Venezuela

O presidente imperialista do USA enviou chefes militares ianques às fronteiras da Venezuela, criando mais tensão militar na região em disputa.
O presidente do imperialismo ianque Joseph Biden envia militares ianques às fronteiras da Guiana e Venezuela. Foto: Oliver Douliery/AFP

Imperialismo ianque aprofunda presença militar na América Latina após tensão na Venezuela

O presidente imperialista do USA enviou chefes militares ianques às fronteiras da Venezuela, criando mais tensão militar na região em disputa.

No último dia 29 de novembro, o presidente imperialista do Estados Unidos (USA), Joseph Biden, enviou à Guiana oficiais do Comando Sul das Forças Armadas ianques. O novo passo do intervencionismo ianque na América Latina ocorreu enquanto a Venezuela se preparava para o referendo que decidirá no dia 3 de dezembro o reconhecimento ou não do território de Essequibo, atualmente sob controle da Guiana, como território venezuelano. O AND seguirá acompanhando o desenvolvimento da situação. 

O território em disputa é a porção à esquerda do rio Essequibo, que tem uma área de 160 mil km² e corresponde a ⅔ do território da Guiana. Conta com 160 mil habitantes que seriam considerados cidadãos venezuelanos no caso do logro da anexação. 

Intervenção direta

O território de Essequibo, reivindicado secularmente pela Venezuela como território nacional, é também rico em petróleo. Em 2015, a empresa imperialista ExxonMobil anunciou a disposição de cerca de 11 bilhões de barris de petróleo na região. A descoberta intensificou ainda mais as disputas na região, com o assanhamento crescente do imperialismo ianque pelo açambarcamento das riquezas naturais da região. Nos últimos desenvolvimentos, o Exército reacionário brasileiro, em prontidão para defender os interesses dos seus mestres ianques, também mobilizou tropas em Roraima, fronteira com a Guiana e a Venezuela.

A mobilização do imperialismo ianque representa um caso grave de escalada do intervencionismo do USA na região, agora por meio da intervenção direta. Os interesses por trás são claros: além de intensificar a militarização do subcontinente, garantir sua hegemonia sob o petróleo da região e impedir o domínio e exploração venezuelano das riquezas naturais da área, o que levaria os ianques a ter que disputar de maneira mais acirrada a compra do petróleo venezuelano com o social-imperialismo chinês e o imperialismo russo.

Histórico

Já os interesses venezuelanos não decorre unicamente da disputa pelo petróleo: o território de Essequibo é reivindicado pela Venezuela desde sua independência formal em 1810, no entanto a reivindicação foi negada pelo imperialismo inglês que tomou posse do território e passou a denominá-lo como parte da Guiana Inglesa. Em 1966, o Acordo de Genebra reconheceu que a região da Guiana Essequiba era um território em disputa. No mesmo período, a Guiana passou a ter a sua independência reconhecida e deixou de ser uma colônia inglesa para se tornar uma semicolônia sob domínio principalmente do imperialismo ianque.

Durante todo esse período, a Venezuela reivindicou o território da Guiana Essequiba e se movimentou para que isso fosse reconhecido internacionalmente. A descoberta das reservas de petróleo fizeram a disputa crescer, dada a importância da riqueza natural para a economia do País. Na disputa, o organismo do imperialismo ianque autointitulado Organização das Nações Unidas (ONU) não reconhece o território enquanto venezuelano, no entanto a Venezuela afirma não reconhecer a legitimidade da instituição.

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