O governo imperialista de Donald Trump está realizando uma rápida expansão das zonas militares na fronteira sul com o México, garantindo às tropas do Exército dos Estados Unidos (EUA) – e não da Polícia Fronteiriça, como era antes – a função de prender imigrantes sob a acusação de “invasão de propriedade militar”.
As bases foram anunciadas em abril. Duas delas já foram construídas e chamadas “Áreas de Defesa Nacional”. Nos últimos dias, o Departamento de Defesa ianque assumiu o controle da maior parte da fronteira sul do estado do Novo México para transformá-la em uma zona militar.
De acordo com o monopólio de imprensa Washington Post, mais de 200 imigrantes foram acusados na região de pelo menos dois crimes: entrada não autorizada e invasão de instalação militar. Há outras acusações adicionais que variam de caso para caso.
O Pentágono ordenou a criação de uma segunda instalação militar na semana passada, em uma área de 88 quilômetros, que se estende de El Paso até Fort Hancock, no Texas.
A condenação por “invasão de Área de Defesa Nacional” permite que os imigrantes sejam processados pelo governo federal em vez de alguma instância estadual, o que pode agravar a pena. Se anteriormente as penas previam até seis meses de prisão e uma multa de até 5 mil dólares (R$ 28,725,50), as massas de miseráveis que cruzam a fronteira diariamente enfrentarão até um ano de prisão e uma multa de 100 mil dólares (R$ 574,649,90) por “invasão de propriedade”. A ideia do governo ultrarreacionário de Trump é construir as bases o mais rápido possível e em vários locais para pegar imigrantes de surpresa.
Reacionarização e militarização extremas
A construção das bases faz parte da política de reacionarização e militarização extremas do governo de Donald Trump, que também tem repercussões internas tanto contra imigrantes quanto contra cidadãos norte-americanos. No dia 30 de abril, uma família de cidadãos nativos dos Estados Unidos teve sua casa invadida por agentes da Imigração dos EUA que procuravam pessoas que não moravam mais na casa. Mãe de três meninas, “Marisa” – a vítima não quis dar o nome verdadeiro – afirmou que os policiais invadiram a casa no meio da noite. Em relato, Marisa chegou a pensar que suas filhas seriam sequestradas.
A família havia acabado de se mudar do estado de Maryland para Oklahoma City, na esperança de fugir da violência urbana que afeta as condições de vida de sua antiga cidade. Agora, a família foi obrigada a passar pela violência policial.
Os agentes do imperialismo ianque invadiram a residência de Marisa e roubaram seus celulares, laptop e todo seu dinheiro, deixando-a à deriva. “Não temos dinheiro, acabei de me mudar para cá.” “Preciso alimentar meus filhos. Vou precisar de dinheiro para a gasolina. Como vou me locomover. Tipo, como você me deixa assim? Como um cachorro alimentado”, implorou Marisa para os agentes.
Os policiais não deixaram a família trocar de roupa com privacidade, e chegaram a sugerir que Marisa se trocasse no meio de cada um deles. Mesmo chovendo, exigiram que suas filhas saíssem de casa vestindo apenas roupas íntimas, enquanto chovia no lado de fora.
Enquanto os agentes cometiam seus crimes contra a família, Marisa gritava informando que eram cidadãos dos EUA, sendo ignorada pelos policiais. Ao questionar quando teriam seus pertences de volta, os agentes afirmaram que levaria dias ou até meses para isso acontecer.
