Reproduzimos abaixo matéria do jornal Resistência Camponesa denunciando mentiras difundidas através de imprensa reacionária em conluio com latifúndio contra camponeses de Corumbiara.
Menos de uma semana após os camponeses tomarem as terras da Fazenda Nossa Senhora, parte da antiga fazenda Santa Elina, local onde ocorreu o chamado “Massacre de Corumbiara”, o latifúndio e sua imprensa vendida já começaram a espalhar falsas notícias com o objetivo de criminalizar a luta das famílias acampadas.
Com base numa falsa denúncia feita por latifundiários da região rural de Chupinguaia que registraram na Polícia Civil uma infundada acusação de que os acampados na Fazenda Nossa Senhora teriam queimado parte da reserva ambiental do latifúndio dia 16/08, pseudo-jornalistas a serviço do latifúndio passaram a difundir essas informações mentirosas sem sequer verificar o fato “in loco” – trabalho mínimo exigido à função jornalística.
Utilizando-se de uma foto genérica de queimada para ilustração de matérias policialescas, os jornalecos do latifúndio local tentaram de forma tacanha induzir o leitor a acreditar se tratar de registro fotográfico do evento em si, que nunca ocorreu.
Os fatos, porém, mostram exatamente o contrário do que dizem os pota-vozes do latifúndio, uma vez que não existe qualquer registro de incêndio na área ocupada. A acusação, por sua vez, não tem qualquer sustentação.
Outra acusação caluniosa é a de que os camponeses estariam interessados em uma área de reserva ambiental da fazenda, quando na verdade as famílias ali acampadas lutam pela conquista de todo o restante das terras da antiga Fazenda Santa Elina, ou seja, querem o que é seu por direito: todas as terras griladas pelo latifúndio Nossa Senhora e outros que se apossaram irregularmente dessas terras públicas.
Essas notícias policialescas não passam de tentativas de criminalização da luta pela terra por parte do latifúndio que usa sua imprensa marrom a fim de preparar terreno para ataques e despejos contra os camponeses sob o pretexto de “combate aos incêndios” e “defesa do meio ambiente”.
A conquista das terras da antiga Fazenda Santa Elina é a justiça que os camponeses exigem por direito pelo bárbaro crime de Estado em consórcio com o latifúndio cometido em 1995, que torturou e assassinou camponeses, dentre eles a pequena Vanessa de apenas 7 anos de idade.
Justiça esta que começou a ser feita em 2010 quando os camponeses tomaram e cortaram a maior parte das terras onde ocorreu a Heróica Resistência Camponesa de Corumbiara. Terras eessas que dão lugar, atualmente, às prósperas Áreas Revolucionárias Zé Bentão, Renato Nathan, Alzira Montenegro, Alberico Carvalho e Maranatã 1 e 2.
Importante também lembrar que até hoje este crime hediondo cometido pelo velho Estado e o latifúndio que chocou o Brasil e mundo segue impune, tendo inclusive alguns de seus executores, como o PM Mauro Ronaldo Flores Correia sido promovido a coronel e era comandante geral da corporação em Rondônia até esses dias atrás. E o coronel José Hélio Cysneiro Pachá que atualmente é secretário de segurança do governo estadual.
A DEMAGOGIA DA “PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE” DO LATIFÚNDIO
O discurso de preocupação com a proteção do meio ambiente por parte do latifúndio não passa de demagogia.
Onde vemos as matas queimarem sim são nas fazendas do latifúndio.
Prova flagrande disso foi o “Dia do fogo” dos latifundiários, ocorrido em agosto de 2019, quando grupos do latifúndio organizaram em diversas partes do país uma série de incêndios criminosos intensificando os já frequentes desmatamentos e queimadas em larga escala cometidos por estes mesmos para dar lugar a suas monoculturas e pecuária extensiva para exportação.
Todas essas grandes queimadas não são sequer verificadas pela Secretaria de estado do Desenvolvimento ambiental (SEDAM) e pelo ICMBio que estão mais ocupados perseguindo e multando pequenos e médios proprietários, trabalhadores estes que colocam o alimento na mesa do brasileiro.
Os camponeses, na verdade, são os mais interessados na preservação das matas e recursos naturais, pois vivem com suas famílias nas terras em que trabalham. Eles dependem diretamente dos recursos do solo para produzir e viver. É da mata que o camponês retira cabo para foice. É a mata que preserva as nascentes de água. É na mata que ele complementa sua fonte proteica com sua pesca e caça não predatória.
Retirado de: jornal Resistência Camponesa