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No dia 1° de maio, por volta de 12h30, guerrilheiros do Exército Guerrilheiro Popular de Libertação (EGPL) detonaram um dispositivo explosivo improvisado em Lendhri, a poucos quilômetros de Kurkheda, no norte de Gadchiroli, estado de Maharashtra. O artefato explodiu no exato momento em que passava um carro com 15 policiais do Grupo de Resposta Rápida (GRR) da polícia de Kurkheda. A ação resultou na morte dos 15 policiais, além do motorista do veículo.
Os policiais estavam viajando em direção à aldeia de Purada, onde dez horas antes os maoistas incendiaram 36 veículos, incluindo betoneiras, caminhões basculantes e caminhões de carga. Todos os veículos pertenciam ao monopólio da grande burguesia indiana, “Amar Infraestruturas”, e eram utilizados na construção do setor Purada-Yerkad da estrada nacional.
“Este foi um caso de uma armadilha clássica plantada pelos maoistas. Primeiro, criaram um incêndio para forçar a polícia a enviar reforços e, depois, atacaram os reforços utilizando minas terrestres”, disse um ex-funcionário sênior do Serviço de Polícia Indiana (SPI)
Além disso, segundo fontes policiais, “o Procedimento de Operação Padrão (POP) é categórico ao afirmar que a equipe de reforço não deve ser enviada como uma reação instintiva e que a rota tomada pelo grupo policial deve ser de conhecimento somente do comandante da unidade. O fato da explosão ter acontecido numa estrada movimentada de alcatrão em que muitos veículos tiveram que passar antes do incidente, revela que os guerrilheiros tinham informações específicas sobre o tempo e os detalhes do veículos onde os policiais estavam viajando”.
“Um guerrilheiro teria se escondido e acionado o dispositivo quando o veículo chegou ao local designado. Em um ataque maoista comum, uma explosão de mina terrestre é seguida de uma troca de tiros. Mas, neste caso, os disparos não foram necessários… Isso só indica que alguém de dentro vazou informações sobre o movimento dos homens”, disse o oficial, revelando a divisão que existe no seio das forças de repressão.
As ações fazem parte do primeiro aniversário da Semana dos Mártires, celebrada pelos maoistas. Em 22 e 23 de abril de 2018, forças da repressão assassinaram 40 quadros do EGPL, na sua maioria mulheres, no distrito de Gadchiroli, estado de Maharashtra. Tudo indica que os comunistas indianos vingarão a queda destes heróis e heroinas.