Índia: 50 mil camponeses marcham e rechaçam superexploração

Índia: 50 mil camponeses marcham e rechaçam superexploração

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Camponeses marcham em Nova Delhi 

Pelo menos 50 mil camponeses marcharam sobre a capital da Índia, Nova Delhi, para protestar contra o alto custos da produção e contra a queda nos preços dos produtos agrícolas, no dia 30 de novembro.

A massa camponesa exige que o governo convoque uma reunião especial no parlamento indiano para que seja discutida a crise no campo, na presença dos agricultores. Isto porque a crise pela qual passam os camponeses é resultado das políticas implementadas pelo governo do arquirreacionário Narendra Modi e pelo parlamento.

O preço das mercadorias produzidas pelos camponeses pobres é mantido baixíssimo por conta da política anti-inflacionária aplicada por Narendra Modi, que visa manter garantir a sobrevivência precária do proletariado urbano mesmo com um salário de fome, tudo às custas da miséria dos camponeses – obrigando-os a vender alimentos e outras mercadorias a preços irrisórios – garantindo que as grandes empresas urbanas não precisem aumentar o salário dos proletários.

O núcleo da inflação na Índia, na qual os camponeses são um dos pilares de quase metade da população, oscilou em torno de 6% nos últimos meses deste ano, mas os preços dos alimentos caíram ou permaneceram estagnados, gerando miséria aos camponeses e mantendo os proletários urbanos sem aumento salarial. A atividade camponesa emprega quase metade da população indiana.

“Os agricultores têm cometido suicídio rotineiramente.”, disse um dos líderes do protesto, Yogendra Yadav, enquanto marchava em meio a uma multidão na avenida central de Nova Delhi, em entrevista ao monopólio da imprensa Reuters.

Por outro lado, o governo abandonou os subsídios que fornecia aos camponeses que, agora, além de vender seus produtos a preços baixos, pagam uma série de tributos, juros altos, além de sementes, fertilizantes e ferramentas sem apoio do Estado. Tal situação esmaga os camponeses, parte da semifeudalidade da sociedade indiana.

“Vivemos uma existência de fome por muito tempo, mas o aumento dos preços das sementes, diesel e fertilizantes e a queda dos preços do leite, frutas, legumes e até mesmo grampos é a gota d’água”, disse o camponês Shivpal Yadav, em meio ao protesto, à mesma fonte.

Na Índia, combatendo essa miséria, está em marcha a guerra popular dirigida pelo Partido Comunista da Índia (Maoista), que empreende a Revolução Agrária – isto é, tomada e distribuição das terras aos camponeses pobres, apoio à cooperação e, apoiando-se no Poder político estabelecido nas regiões tomadas, desenvolver a economia camponesa para superar a miséria e a opressão da cidade pelo campo.

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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