Cerca de 450 pessoas marcharam pelas ruas exigindo a libertação do professor democrata GN Saibaba, no dia 1º de novembro. A marcha, realizada na cidade de Jalandhar, estado de Punjab, mobilizou representantes de entidades democráticas e muitos estudantes.
Segundo apuração do blog Democracy and Class Struggle (Democracia e Luta de Classes, em português), “o protesto foi qualitativamente um sucesso e desempenhou um papel importantíssimo na construção de uma consciência política democrática e revolucionária” e uma vitória sobre as tendências arquirreacionárias que crescem na Índia.
O blog destaca ainda que “a voz do professor Saibaba representa a de milhões de oprimidos de toda a nação” e, portanto, lutar por sua libertação é lutar pela libertação de todo o povo. “Na história da pós-independência, sem dúvida, nenhum intelectual tem defendido com tanta coragem e franqueza a democracia revolucionária ou o movimento maoísta”, concluiu.
O professor Saibaba foi condenado à prisão perpétua no dia 8 de março deste ano, juntamente com mais quatro pessoas – dentre eles um estudante da União Democrática de Estudantes e um jornalista. A sentença foi do Tribunal de Sessões de Gadchiroli (Maharashtra).
Esta é a terceira vez que Saibaba fica detido e encarcerado por longo período. A primeira vez foi entre maio de 2014 e junho de 2015, e a segunda entre dezembro de 2015 a abril de 2016.
GN Saibaba tem 47 anos e não possui movimento em 90% do corpo. Em fevereiro de 2017, pouco antes de ser novamente preso, foi internado no Hospital Rockland, em Nova Delhi, e diagnosticado com pancreatite aguda. A doença, que pode levá-lo à morte, não está sendo tratada corretamente por negligência do velho Estado, conforme denunciaram ele próprio e seus familiares.
Vida de Saibaba em risco
Em carta escrita à sua mulher Vasantha no dia 17/10, o professor GN Saibaba denunciou a gravidade de sua saúde e da negligência médica que ele próprio qualifica de “criminosa e insensível”. “Não vou sobreviver ao próximo inverno, tenho certeza”, denuncia Saibaba.
“Estou com medo de pensar no inverno. Já estou tremendo e com febre contínua. Eu não tenho um cobertor. Eu não tenho um suéter ou jaqueta. À medida que a temperatura diminui, as dores excruciantes e contínuas nas pernas e na mão esquerda aumentam. É impossível para mim sobreviver aqui durante o inverno que começa a partir de novembro. Eu moro aqui como um animal nos últimos suspiros. De alguma forma, eu consegui sobreviver por 8 meses. Mas não vou sobreviver ao próximo inverno. Tenho certeza. É inútil escrever sobre minha saúde por mais tempo.”, detalha.
Ele pede para que seus advogados se esforcem para emitir pedido de fiança até a primeira semana de novembro para que possa sobreviver. “Lembre-se: se isso não for feito, minha situação ficará fora de controle. Eu não sou o responsável. Estou deixando claro para você. Daqui para frente, não vou mais escrever sobre isso”, afirma.
Entidades democráticas, trabalhadores e jovens estudantes exigem a libertação de GN Saibaba durante marcha.