Nota da Tradução – O velho Estado indiano segue negando os pedidos de fiança do intelectual democrata Varavara Rao, que se encontra injustamente preso em meio à pandemia do novo coronavírus. Abaixo, traduzimos integralmente o conteúdo da denúncia escrita por sua família:
Nós, familiares de Varavara Rao, poeta revolucionário da etnia Telugu de renome mundial e intelectual público, preso na cadeia de Taloja localizada em Navi Mumbai, estamos muito preocupados com sua saúde decadente. Seu estado de saúde está assustador há mais de seis semanas, desde que ele foi transferido inconsciente para o hospital da prisão de Taloja, em 28 de maio de 2020. Mesmo quando recebeu alta do hospital e foi enviado de volta para a prisão três dias depois, não houve melhora em sua saúde e ele ainda precisa de cuidados emergenciais.
Agora, a causa imediata de nossa preocupação é por estarmos muito perturbados com o telefonema que recebemos dele na noite de sábado. Embora nas duas ligações anteriores, uma 24 de junho e a outra em 2 de julho, sua voz fraca e abafada, suas palavras incoerentes e abruptamente saltando para o hindi também estivessem assustadoras. Sendo ele um orador e escritor eloquente e articulado na língua Telugu por mais de cinco décadas, professor de Telugu por quatro décadas e conhecido por sua memória meticulosa, essa confusão, incoerência e perda de memória eram por si só estranhas e assustadoras.
Mas a última ligação, em 11 de julho, foi mais preocupante, pois ele não respondeu perguntas diretas sobre sua saúde e entrou em uma espécie de conversa delirante e alucinada sobre o funeral de seus pais, fato que ocorreu, respectivamente, há sete décadas e quatro décadas. Então, seu companheiro de cela tomou-lhe o telefone e nos informou que Varavara Rao não podia andar, ir ao banheiro e escovar os dentes por conta própria. Também nos disseram que ele está sempre alucinando com os membros da família esperando no portão da prisão para recebê-lo quando ele está sendo libertado. Seu companheiro também disse que ele precisa de cuidados médicos imediatos não apenas para questões físicas, mas também neurológicas. A confusão mental, perda da memória e incoerência são os resultados do desequilíbrio eletrolítico e queda dos níveis de sódio e potássio, levando a danos cerebrais. Tal desequilíbrio pode ser fatal. O Hospital da Cadeia de Taloja não dispõe de equipamentos para lidar com esse tipo de doença grave, seja em conhecimentos ou equipamentos médicos. Portanto, é altamente necessário que ele seja transferido para um hospital especializado e totalmente equipado para salvar sua vida além de preveni-lo contra possíveis danos cerebrais e risco de vida devido ao desequilíbrio eletrolítico.
No momento presente, estamos deixando de lado todos os fatos pertinentes, dado que a acusação contra ele é fabricada; ele teve de passar 22 meses na prisão, tendo o processo se convertido em punição; seus pedidos de fiança foram rejeitados pelo menos cinco vezes até agora e até mesmo as petições alegando sua idade, problemas de saúde e vulnerabilidade cívica, foram ignoradas. Sua vida é a maior preocupação para nós agora. Nossa demanda atual é salvar sua vida. Exigimos que o governo o transfira para um hospital melhor ou nos permita fornecer a ele os cuidados médicos necessários. Queremos lembrar ao governo que ele não possui o direito de negar o direito à vida de ninguém, muito menos de um preso provisório.
P. Hemalatha, sua esposa
P. Sahaja, P. Anala, P. Pavan, suas filhas