Índia: PCI (Maoista) faz campanha pelo boicote eleitoral

Índia: PCI (Maoista) faz campanha pelo boicote eleitoral

Guerrilheiros indianos. Foto: Reprodução

Em 10 de fevereiro, o Comitê Central do Partido Comunista da Índia (Maoista) emitiu uma declaração  conclamando o povo dos estados indianos de Uttar Pradesh, Uttarakhand, Punjab, Manipur e Goa ao boicote da farsa eleitoral para a Assembleia Estadual, que ocorrerá de 10 de fevereiro a 7 de março.

A declaração do PCI (Maoista) afirma que, nesta ocasião, o Comitê Central mais uma vez coloca o programa Novo, Democrático e Revolucionário diante do povo do país. Os maoistas também destacam que a atual política eleitoral do velho Estado indiano vem sendo implementada nos últimos 72 anos e que, mesmo assim, os problemas diários e fundamentais das massas mais profundas foram deixados sem qualquer solução.

Coloca, ainda, que todos os políticos parlamentares burgueses e revisionistas servem apenas aos interesses dos imperialistas, grandes burgueses, monopólios estrangeiros e classes feudais do país.

Sobre o partido no governo e de vários governos estaduais, o BJP (Partido Bharatiya Janata), afirma que tem implementado políticas absolutamente, abertamente e incessantemente contrárias aos interesses do povo, camponeses, trabalhadores, tribos, funcionários públicos, professores, minorias religiosas e mulheres e destacou que Narendra Modi, primeiro-ministro, virou um dos principais escravos dos imperialistas e dos monopólios nacionais e estrangeiras.

Os ataques contra o povo, relata o PCI (Maoista), intensificaram-se sob a gerência do BJP no velho Estado burguês e latifundiário. Mercenários e máfias ganharam autoridade ilimitada e, como parte do afogamento das pessoas no ópio da religião, os templos estão sendo modernizados, novas construções estão sendo feitas. Também denunciam que milhões de dinheiro público estão sendo gastos em estradas, pontes, aeroportos e outros empreendimentos dos grandes burgueses, dos latifundiários e dos imperialistas. Não há medidas para melhorar o padrão de vida da massa de trabalhadores e camponeses. Além disso, “o poder de compra das pessoas diminuiu e elas estão morrendo e cometendo suicídio devido à alta dos preços e à fome”.

Camponeses derrotam reforma anti-povo

O Partido ressalta que a razão para a retirada das leis pró-latifúndio fora, em primeiro lugar, pela ação dos movimentos populares contra sua implementação e, em segundo lugar, pelas ânsias eleitoreiras do BJP diante das eleições estaduais e das próximas eleições gerais. “Todos os partidos políticos parlamentares estão usando indiscriminadamente casta, clã, religião, gênero, sentimento regional, dinheiro, bebida e outras coisas semelhantes e estão brincando com a vida das pessoas apenas para chegarem ao poder”, expressa o Comitê Central.

A Revolução de Nova Democracia

Neste contexto, o Comitê Central do Partido se dirige ao povo do país, especialmente os camponeses, trabalhadores, povos tribais e dalit, mulheres, muçulmanos, cristãos, sikhs e outras minorias religiosas, intelectuais, professores e funcionários públicos a boicotar as eleições para a Assembleia nos cinco estados e se unir, se organizar para construir um movimento militante e amplo para resolver seus problemas. Os maoistas convocam todos a “participar da Revolução de Nova Democracia com o eixo da Revolução Agrária Armada, que resolverá os problemas fundamentais de todas as classes oprimidas, como os camponeses, os trabalhadores, a pequena burguesia e especialmente as seções sociais especiais, como os dalit e os tribais, minorias religiosas e mulheres e para uma libertação genuína e um desenvolvimento integral”. O documento foi assinado por Abhay, porta-voz do Comitê Central do PCI (Maoista).

Ao longo das últimas duas décadas, o jornal A Nova Democracia tem se sustentado nos leitores operários, camponeses, estudantes e na intelectualidade progressista. Assim tem mantido inalterada sua linha editorial radicalmente antagônica à imprensa reacionária e vendida aos interesses das classes dominantes e do imperialismo.
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