Índia: Polícia prende professor por suposta ‘ligação’ com maoístas

Índia: Polícia prende professor por suposta ‘ligação’ com maoístas

A polícia do estado de Telangana, prendeu um professor associado da Universidade de Osmania, sob a acusação de ter “ligações com maoístas”; a prisão ocorreu na capital do estado, em Hyderabad, no dia 18 de janeiro. A prisão do professor Chintakindi Kasim provocou protestos de estudantes e ativistas democráticos e populares.

Kasim é professor associado no departamento de Telugu e membro da Associação dos Escritores Revolucionários. A Associação elegeu-o recentemente como secretário. Ele também é o editor da publicação Nadustunna Telangana (Telangana Contemporânea).

A polícia diz que ele é acusado em um caso que foi registrado sob a Lei de Atividades Ilícitas (Prevenção) na delegacia de polícia de Mulugu em 2015, e alega que ele tem trabalhado como o “organizador de uma frente dirigida pelos maoístas” no estado de Telangana.

Uma equipe de polícia liderada por Gajwel, comissário adjunto da polícia de Narayana, iniciou buscas na residência do professor que se localiza adjacente ao campus da Universidade, pela manhã bem cedo, os policiais apreenderam livros, o disco rígido do computador e o seu celular depois de o prender.

Em contrapartida, a esposa do professor preso, chamada Snehalatha, afirma que a polícia invadiu e saqueou a casa deles na madrugada: “Eles arrombaram as portas e conseguiram acesso à nossa casa. A polícia saqueou a casa inteira durante a busca”, disse ela à imprensa local.

Snehalatha exigiu que o governo do estado encerre o caso e liberte seu marido. O professor Chintakindi era conhecido por levantar a voz contra o desemprego, a discriminação e outras questões políticas e sociais em Telangana.

O Comitê de Ação Conjunta Telangana (T-JAC) descreveu a prisão do professor como “um ato fascista do governo do primeiro-ministro do estado, K Chandrasekhar Rao”; já o Fórum Contra a Repressão de Telangana e o Comitê Estadual de Liberdades Civis condenaram a prisão e exigiram a libertação imediata de Kasim e outros.

Já no início do dia 18, após a covarde prisão durante a madrugada de Kasim, vários alunos realizaram uma manifestação condenando a prisão do professor, após a qual a polícia da Universidade de Osmania chegou ao local para tentar deter a massa enfurecida. 

A prisão de Kasim faz parte da onda de prisões de intelectuais populares, diante da incapacidade do governo de turno indiano de esmagar a guerra popular e a Revolução Indiana no país. No ano de 2019, Varavara Rao, poeta e intelectual do povo foi preso pela polícia de Maharashtra sob a acusação de “ligações maoístas”. Da mesma forma, o também professor K. Jagan foi preso pela polícia do distrito de Jogulamba Galdwala. Antes deles, a polícia de Telangana havia prendido, desde outubro de 2019, 17 pessoas acusadas de “associação” com o Partido Comunista da Índia (Maoista).

Professor universitário C. Kasim. Foto: Reprodução

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