Indicado por Luiz Inácio, novo chefe do GSI condescende com bolsonarismo

General Amaro, indicado por Lula ao GSI. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Indicado por Luiz Inácio, novo chefe do GSI condescende com bolsonarismo

O recém-nomeado novo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marcos Antonio Amaro, chegou “chegando”: em sua opinião, “é forte dizer que houve processo de politização” das Forças Armadas. Disse ainda que “não é adequado” obrigar que os membros das Forças Armadas passem à reserva assim que se candidatam a cargos político.

Em entrevista ao jornal Valor, no dia 8, Marcos Antonio Amaro afirmou: “Acho meio forte afirmar que houve um processo de politização das Forças Armadas”. Prosseguiu sua argumentação: “Houve uma coisa episódica, não foi geral. Com algumas pessoas, alguns nichos, pode ter ocorrido, mas não foi uma coisa institucionalizada. São pessoas, não a instituição”.

Amaro parece ignorar que, enquanto instituição, o Exército postou um tuíte, em meados de 2018, ameaçando a Suprema Corte a tomar decisão de indeferir o HC de um então candidato, fazendo dúbias ameaças sobre intervenção militar – conforme admitiu em pormenores o próprio Villas-Boas, então comandante da força terrestre, em livro sobre sua vida. Amaro ignora que foi o Exército, enquanto instituição, que integrou a Comissão de Transparência das Eleições e o “técnico” militar lá empregados apenas fez lançar dúvidas sobre o pleito eleitoral, jogando água no moinho da pregação bolsonarista que, hoje, sabe-se, era parte integrante de um plano de ruptura institucional. Amaro esquece ainda que, após a eleição, o Alto Comando do Exército chegou a se reunir para discutir, amiúde, se chegara ou não o momento de uma intervenção militar, diante de divergências entre os mandos e diante da existência de operativos montados para executar uma ruptura. Esses fatos, todos, se referem às instituições Forças Armadas.

Não devemos esquecer que a nomeação de Amaro foi anunciada após um almoço do presidente da república com o Alto Comando do Exército. Publicamente, os generais da ativa – em anonimato, através de jornalistas – afirmaram-se contentes com a nomeação.

Na verdade, foi mesmo uma imposição. Luiz Inácio havia brandido que não haveria mais controle militar sobre o GSI e que ficara desconfiado com os militares. Dois meses depois, eis que um general – cujas opiniões sobre temas relativos à vida do GSI divergem da de Luiz Inácio – assume. Este era o governo que colocaria os generais no seu devido lugar?

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