Indígenas protestam na BR-101, Bahia, pela demarcação de terras e contra ataques de pistoleiros e policiais a serviço do latifúndio

Enquanto os indígenas protestavam, pistoleiros atacaram a Terra Indígena (TI) Comexatibá, no município de Prado, e balearam um indígena abaixo do abdmômen.
Foto: Mídia Pataxó

Indígenas protestam na BR-101, Bahia, pela demarcação de terras e contra ataques de pistoleiros e policiais a serviço do latifúndio

Enquanto os indígenas protestavam, pistoleiros atacaram a Terra Indígena (TI) Comexatibá, no município de Prado, e balearam um indígena abaixo do abdmômen.

Cansados de ver seus territórios sendo atacados constantemente pelas hordas paramilitares do latifúndio apoiadas pelas polícias, indígenas de povos do Sul e Extremo Sul da Bahia (BA) realizaram uma manifestação na manhã e tarde da última sexta-feira (04/04). Na ocasião, os indígenas em luta fecharam a BR-101, nas proximidades do município de Itamaraju para exigir a demarcação imediata dos territórios Pataxó e Tupinambá, bem como a libertação imediata dos seus presos políticos.

Enquanto os indígenas protestavam, pistoleiros atacaram a Terra Indígena (TI) Comexatibá, no município de Prado, e balearam um indígena abaixo do abdômen. O jovem precisou ser submetido à cirurgia. De acordo com os Pataxó, latifundiários da região estiveram presentes no local liderando os pistoleiros, que no momento da fuga acabaram deixando uma pistola no local. 

Um Boletim de Ocorrência chegou a ser realizado junto à Polícia Civil. Contudo, os policiais registraram o tiro sofrido pelo Pataxó sem deixar claro que foram os pistoleiros que dispararam. É mais um caso de parcialidade pró-latifúndio da Polícia Civil, a mesma que, no fim de março, realizou um ataque massivo contra as retomadas indígenas, em que ameaçaram crianças e idosos com armas de grosso calibre e atiraram indiscriminadamente contra os povos indígenas Pataxó e Pataxó Hãhãhãe, além de prenderam mais de 10 guerreiros.

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O ataque dos pistoleiros a serviço do latifúndio parece ocorrer em coordenação com a PM, porque segundo uma apuração do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a PM comandada pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT) estave prestes a realizar uma operação de despejo ilegal contra a TI Comexatibá no mesmo dia. Os policiais não tinham mandado judicial ou reintegração de posse – de modo que estariam atuando somente para beneficiar o latifúndio. 

A ação não seria a primeira coordenada entre as polícias da Bahia e bandos paramilitares do latifúndio local. Em janeiro de 2024, a PM fez a segurança dos pistoleiros quando o filho de um latifundiário local assassinou Nega Pataxó, liderança Pataxó Hãhãhãe, com uma arma de caça.  

Nos últimos meses o governador petista da Bahia ordenou a criação de uma Força Tarefa para mediar a questão indígena que se desenvolve no Sul do estado. Até agora, a única coisa que foi feita pela dita “Força Tarefa” foi o envio de órgãos do velho Estado para convencer os indígenas a recuar em suas retomadas e das polícias para auxiliar o latifúndio na tomada das terras e riquezas pertencentes aos povos Pataxó. 

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No dia 11/03, indígenas dos povos Pataxó e Tupinambá estiveram em Brasília exigindo que o ministro da justiça Ricardo Lewandowski acelere o processo de demarcação de seus territórios. Em resposta, o ministro afirmou que não iria interceder no assunto até que o “marco temporal” fosse votado no STF, alegando que não haveria segurança para nenhum dos lados. Enquanto ouviam a negativa de Lewandowski, pistoleiros atacaram a mesma TI Comexatibá e a TI Barra Velha do Monte Pascoal. 

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